Pandemias: a humanidade em risco

Pandemias – A humanidade em risco ★★★★☆

Ano: 2011
Autor: Stefan Cunha Ujvari

Não dá para negar que, por motivos óbvios, cresceu muito o interesse pelo tema da saúde ultimamente. Além de ler notícias e ouvir podcasts com considerável frequência, eu acabei buscando outras fontes de informação sobre o assunto. Nesse sentido, foi lendo Stefan Cunha Ujvari, médico infectologista brasileiro e autor de diversos livros relacionados à propagação de doenças infecciosas, que eu pude me aprofundar na dimensão do problema. Entre suas obras estão A história da humanidade contada pelo vírus (2008), Pandemias – A humanidade em risco (2011), A história do século XX pelas descobertas da medicina (2014) e História das epidemias (2020), esse último já contando com um capítulo que fala especificamente da Covid-19.

Pandemias: a humanidade em risco

Atraído pelo título, escolhi começar pelo Pandemias – A humanidade em risco. O interessante é que o texto, embora totalmente embasado em fatos e probabilidades reais, pode ter sido visto por algumas pessoas como muito alarmista há alguns anos atrás. De fato, parece até ficção científica. Mas, infelizmente, a previsão de que estávamos à beira de ver se espalhar um vírus por todo o globo terrestre não demorou muito a se concretizar. E o pior é que existem ainda muitas outras possibilidades de doenças contagiosas e mortais, o que fez com que a leitura fosse ao mesmo tempo extremamente interessante e cheia de gatilhos, que me deixaram com medo do que está por vir. Já fica aqui o alerta: se você está muito sensível com a situação atual, talvez seja melhor adiar um pouco a leitura.

O coronavírus responsável pela crise de saúde mundial
O coronavírus responsável pela crise de saúde mundial

A pandemia é uma epidemia em grandes proporções e vimos a classificação ser adotada quando a Covid-19 começou a se alastrar por mais países, levando à morte milhões de pessoas e deixando um outro tanto com sequelas que ainda precisam ser melhor entendidas. Isso aconteceu devido a um vírus que combina grande capacidade de contaminação, se alastrando antes que os sintomas apareçam ou até mesmo sem se manifestarem em todos os doentes, e a alta taxa de mortalidade. Agora, parecemos estar caminhando, ainda que lentamente, a uma solução da crise com a aplicação de vacinas elaboradas com rapidez jamais vista. O problema é que existem vários outros tipos de germes que podem gerar problemas parecidos. De fato, não é nem uma questão de se isso vai se concretizar, mas de quando vai acontecer.

Vista de La Paz a partir do Mirador Killi Killi
Vivemos aglomerados em grandes cidades

Traçando um paralelo entre os tempos atuais e as epidemias ocorridas há décadas, séculos e milênios atrás, o autor mostra como os riscos são maiores à medida que aumenta a exploração do meio ambiente e a concentração de animais em fazendas para produção de alimentos. Além disso, agora muitos de nós vive em cidades gigantescas e com cada vez menos espaço, em alguns casos sem saneamento básico para boa parte da população. A realização de eventos com milhares de pessoas, a configuração dos ambientes de trabalho e escolas, o uso do transporte público e outras questões típicas da contemporaneidade também agravam a questão. Eu nunca tinha parado para pensar, por exemplo, em como o crescente fluxo de pessoas pelo mundo e a rapidez de deslocamento nas viagens de avião são responsáveis pela disseminação mais rápida das doenças, algo que parece, agora, bastante óbvio.

Cabine da classe econômica
Viagens de avião

De fato, se você está se perguntando o que um livro sobre infectologia está fazendo aqui, saiba que a propagação das bactérias e vírus está intimamente ligada a viagens, passando pelo surgimento de comunidades; as invasões de antigos impérios; cercos a cidades durante guerras; as conquistas de novos territórios desencadeadas pelas navegações; a interação entre povos que, até então, viviam totalmente isolados uns dos outros; o tráfico humano; a geografia local e as mudanças climáticas; os fluxos migratórios, tanto de seres humanos quanto no mundo animal; e o turismo de uma forma geral. Tudo isso é tratado no livro de forma bastante didática.

Pandemias: a humanidade em risco

Partindo de explicações de como foi formado o mundo como conhecemos hoje, desde o surgimento das primeiras bactérias e vírus, Pandemias – A humanidade em risco condensa uma grande quantidade de informações relevantes sobre o tema. O mais interessante é que tudo é explicado com uma linguagem extremamente acessível, voltada para quem não tem nenhuma formação na área da saúde. Stefan Cunha Ujvari combina a precisão científica com o estilo de contador de anedotas, destacando o papel dos germes ao longo da história, o desenvolvimento da medicina, o uso de remédios e vacinas, as diferentes doenças, suas causas e consequências. Trata-se de uma completa análise do passado em busca de acontecimentos que sirvam de lição para o futuro. Se posso apontar um problema no texto, é que ele se torna um tanto repetitivo em alguns momentos, mas nada que estrague a experiência ou enfraqueça importância dos relatos. Também é importante destacar que o livro não trata diretamente do coronavírus, já que foi lançado quase uma década antes da atual crise sanitária global.

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Como o próprio autor destaca em várias passagens, idas a outros países envolvem um risco real de se contaminar com doenças locais e outros tipos de males. Além de ser exigido para entrada em vários destinos, é importante fazer um seguro de viagem, que inclui atendimento clínico e hospitalar, para garantir o tratamento adequado. É um custo pequeno, principalmente quando comparado ao quanto se gasta para fazer consultas e internações particulares. Já aconteceu comigo. Uma vez, os sintomas de uma dengue se manifestaram quando eu estava no continente europeu e o gasto total teria sido de mais de cinco mil dólares, sendo que paguei pouco mais de trezentos reais no plano. Fica aqui a dica para fazer um passeio mais tranquilo e não ter dor de cabeça depois.

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