O Lake Louise pode até ser o mais famoso da região, mas confesso que fiquei ainda mais impressionado com a cor das águas do Moraine Lake, que fica a 14 quilômetros de distância, no Valley of the Ten Peaks. O vale foi assim chamado pelo explorador Samuel Allen, que se referia aos picos usando os números de um a dez na língua dos nativos americanos. Posteriormente, sete dessas formações geológicas receberam outros nomes, inclusive uma em homenagem a ele: Mount Fay, Mount Little, Mount Bowlen, Tonsa, Mount Perren, Mount Allen, Mount Tuzo, Deltaform Mountain, Neptuak Mountain e Wenkchemna Peak. O Mount Hungabee não foi incluso na lista original, embora seja maior que o Wenkchemna, que é apenas uma extensão dele.

Os picos são, certamente, um dos grandes atrativos na visita ao lago, formado justamente pela água do desgelo que escorre pelos montes. Em termos práticos, isso quer dizer que ele atinge o seu nível máximo da metade ao final de junho, com a chegada dos meses mais quentes e o derretimento da neve – antes ele fica mais baixo e congelado. Aliás, é importante frisar que o local só pode ser visitado no verão, já que a estrada fica fechada do começo de outubro até o final de maio devido às nevascas e aos riscos de avalanches. A intensa cor azul turquesa é alcançada devido às pequenas partículas de rochas que são levadas pelas correntes.

A área em volta do Moraine Lake possui diversas trilhas para caminhada, sendo que a preferida dos turistas é a The Rockpile Trail, com apenas 300 metros e uma pequena elevação. A vista de cima das pedras é uma das mais fotografadas de todo o país e acabou ficando conhecida como Twenty Dollar View, em referência à nota de vinte dólares canadenses dos anos 1969 a 1979, que traziam a imagem dos dez picos. Para os mais animados, a partir dali começa o Consolation Trail, com aproximadamente 3 km de extensão e que leva a dois lagos, geralmente referidos como Upper (de cima) e Lower (de baixo) Consolation Lakes.

Próximo às docas do Moraine Lake Lodge, uma hospedagem de luxo com quartos e cabanas de vista privilegiada, partem mais duas trilhas, das quais uma se divide em quatro. São, portanto, cinco no total: Moraine Lake Shore Trail, Eiffel Lake, Wenkchemna Pass, Larch Valley e Sentinel Pass. Mas atenção: como os ursos pardos hibernam no inverno e acordam na primavera com uma fome considerável, é preciso consultar as restrições impostas em determinados períodos para o uso de algumas trilhas, informações que podem ser buscadas na página do Parks Canada. Essa medida é usada tanto para evitar que pessoas sejam atacadas pelos animais quanto para proteger o habitat natural deles.

O uso das canoas é gratuito para quem está hospedado no Moraine Lake Lodge, que também fica aberto apenas entre os meses de junho e setembro e tem vagas limitadas, sendo necessário se programar com bastante antecedência. Eu não fiquei lá porque a diária está muito acima do meu orçamento e nesse dia estava fazendo apenas um bate e volta a partir de Calgary, mas tenho muita vontade de voltar e dormir pelo menos um dia lá. Outra possibilidade é verificar as outras opções de hospedagem em Lake Louise ou em Banff. Fato é que eu paguei pelo uso de uma hora da canoa, que comporta duas ou três pessoas, e, apesar de muito caro, foi uma experiência incrível. Os preços podem ser conferidos na página oficial.

Obviamente você também pode simplesmente ir até o lago e fazer uma caminhada sem gastar nada, observando as águas cristalinas, a vida selvagem e as montanhas. Para quem estiver com um carro alugado o ideal é se programar para chegar bem cedo, antes das oito da manhã, já que o espaço disponível para estacionar é bem limitado, principalmente nos meses de férias. Outra opção é pegar um shuttle a partir da sua hospedagem. Seja como for, é uma paisagem de tirar o fôlego que vale todo e qualquer esforço.
Bonitas fotos!
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Obrigado, Ari!
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