Embora não seja a mais próxima do centro da vila, a Praia da Pitinga é bastante procurada pelos turistas por suas belezas naturais, fácil acesso e ótima estrutura de barracas, sendo considerada por muitos dos visitantes como a melhor da região. Partindo da Praia do Mucugê, eu fazia uma caminhada tranquila de 2 km até lá, gastando de vinte a trinta minutos em um ritmo tranquilo. Dá para voltar no final do dia, mas o trajeto fica bem escuro ao cair da noite.

Quando o mar está agitado, a água chega até os muros de contenção das hospedagens e condomínios, sendo arriscado se molhar durante a passagem. Na maré baixa, em compensação, o caminho fica mais aberto e são formadas várias piscinas naturais, ideais para quem gosta de um banho tranquilo e águas quentinhas, além da oportunidade de ver pequenos peixes. Nesses casos, vale a pena levar um snorkel e máscara de mergulho. Com os recifes à mostra, é possível caminhar bem para dentro com a água nos joelhos.

Mesmo para quem estiver em Porto Seguro, dá para fazer o passeio todo por conta própria. Após a travessia do rio na balsa, basta pegar uma das muitas vans que fazem o trajeto até a cidade, escolhendo o destino. De Trancoso também tem transporte público. Em ambos os casos, fica bem mais barato que contratar um passeio. Se estiver com um veículo próprio ou optar por alugar um carro, importante para explorar outras praias distantes da região com mais liberdade, também dá para chegar lá e parar em um dos estacionamentos próximos, inclusive um que te deixa na beira do mar. Eles cobram valores altos somente pelo local, sem oferecer nenhuma estrutura, então vale a pena perguntar se há convênio com alguma das barracas próximas e quais são as condições.

Falando nas barracas, é difícil dizer onde fica a separação da Praia do Parracho com a Praia da Pitinga, mas eu considero que a mudança de paisagem de fato acontece de fato onde tem uma ponta de terreno avançando para dentro do mar. Logo depois dali se concentram cabanas com ótimas estruturas para receber o turista, que tem várias opções de onde ficar e comer. Eu sempre recomendo passar por algumas para saber se tem consumação mínima, perguntar sobre couvert artístico, que pode ser de banda ao vivo ou um DJ, dar uma olhada no cardápio e coisas desse tipo.

Também se destaca ali o começo das falésias, que vão seguir por todo o restante do litoral sul. As faixas de diferentes cores e a vegetação criam um visual bastante interessante. Andando cerca de 850 metros a partir das barracas você chega até a entrada de uma trilha que leva ao alto, na Rampa de Voo Livre. Os passeios de parapente duram apenas de 15 a 20 minutos, mas proporcionam uma experiência sensacional. Fora de temporada, não vi absolutamente ninguém lá em cima praticando o esporte, mas você também pode subir até lá só para ter uma vista do mirante, como eu fiz.
Você pode fazer a reserva do parapente em Arraial d’Ajuda com antecedência pela internet. Os voos geralmente acontecem no período da tarde, mas o horário exato depende das condições climáticas no dia. Pode ser estabelecido como ponto de encontro da escola de parapente ou a própria praia, sendo passadas informações teóricas e instruções para que a atividade aconteça com toda a segurança possível. Se você quiser registros de foto e vídeo, também pode adicionar esse opcional. Além da vista maravilhosa, o passeio também proporciona muita adrenalina e uma intensa sensação de liberdade.

Foi caminhando nessa direção que passei pelo local onde o Rio Pitinga chega na praia, formando piscinas naturais de água doce que, embora um pouco mais frias que o mar, estavam bem agradáveis justamente por serem calmas. Como a maioria das pessoas se concentra perto das barracas, esses atrativos acabam não sendo tão visitados e ficam tranquilos mesmo na alta temporada.

Quando eu passei por lá a primeira vez, um banco de areia estava represando toda a água. Dias depois, a barreira tinha se rompido e pude ver o encontro do rio com o mar. Para quem ia caminhar além desse ponto, era necessário fazer a travessia do rio, mas as águas estavam bem baixas e sem nenhuma correnteza significativa, só representando um problema caso a pessoa realmente não quisesse molhar os pés, como corredores que fazem o trajeto de tênis.

Eu gosto muito de fazer caminhada à beira do mar, molhando os pés na água. Uma opção é ir até a Praia da Lagoa Azul, embora o corpo de água que lhe dá nome nem exista mais e ela tenha perdido uma boa parte de seu charme. O que máximo que acontece agora é o acúmulo da chuva amolecer a argila que todos os turistas gostam de passar no corpo, tanto para fazer graça e tirar fotos quanto porque dá uma boa esfoliação. Lá também tem um outro mirante nas falésias.

Das vezes que eu fui, o mar estava bem mais limpo que nas praias do centro de Arraial d’Ajuda, com menos algas na água. A coloração também é mais bonita, com tons de azul e verde. Além disso, a faixa de areia é maior entre, dando mais espaço entre a água e as barracas. Na maré alta, a praia tem ondas médias e a correnteza pode puxar um pouco, sendo necessário ter cuidado. Lá já é menos movimentada do que a mais próximas do que a Praia do Mucugê e, nesses períodos, fica praticamente deserta em alguns pontos. Se caminhar só um pouquinho você já vai sair de perto das barracas e pode aproveitar o local sem ter que pagar nada, levando suas próprias comidinhas e bebidas.

Particularmente, eu gosto dessa tranquilidade para ter uma conexão maior com o lugar. Eu tenho viajado para a região mais em baixa temporada e posso atestar que as águas continuam com temperatura agradável mesmo no inverno. Em contrapartida, nem todas as barracas ficam abertas e outros atrativos ficam comprometidos, como a prática de esportes como caiaque, stand-up paddle, barco a vela e o voo livre, que dependem do aluguel de equipamentos e apoio profissional.