Embora não seja um destino turístico muito procurado por brasileiros, Houston é uma importante cidade dos Estados Unidos, sendo a mais populosa do estado do Texas e a quarta do país. Seus mais de 2 milhões de habitantes foram uma população bastante diversificada étnica e culturalmente, com brancos, hispanos e latino-americanos, negros e afro-americanos, além de uma comunidade considerável de asiáticos e de outras localidades. Essa grande variedade de raças pode ser atribuída a ondas intensas de imigrações incentivadas pelo então relativo baixo custo de vida, a força do comércio, a proximidade com os países latinos e o papel da cidade no reassentamento de refugiados.

Apesar disso, se engana quem imagina que a diversidade representa uma perfeita integração. Segundo o censo de 2010, a população se divide em aglomerados de acordo com a sua raça e etnia. No mapa acima, cada ponto representa 25 residentes, sendo os vermelhos para brancos, azuis para negros, verde para asiáticos, laranja para hispânicos e amarelo para outros. Vendo de perto dá para identificar uma certa mistura, mas, ainda assim, a segmentação é bem evidente. Talvez seja assim na maioria das cidades, tanto por questões históricas, econômicas, sociais e políticas quanto pela tendência de pessoas com interesses ou características comuns se unirem, mas eu nunca tinha visto um mapa desses e achei interessante compartilhar.

Geologicamente falando, a cidade é predominantemente plana e foi construída sobre uma área pantanosa com um extenso sistema de drenagem, mas ainda com baixa permeabilidade. Junte a isso uma infraestrutura inadequada e se tem a receita ideal para inundações, tão comuns na cidade. Os danos a propriedades por causa dessas tragédias são maiores do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos. É importante levar isso em consideração quando for escolher uma hospedagem ou, principalmente, morar um tempo na cidade. O ideal é dar preferência a apartamentos em andares mais elevados – jamais ficar no subsolo ou no primeiro andar. Além das tempestades intensas, alguns tornados chegam à cidade.
Os meses com maior precipitação variam bastante, mas o gráfico acima mostra os dados de 2018, que foi quando estive por lá. Também é importante notar que se trata de uma tabela com as médias de temperatura, o que significa que há dias mais quentes e mais frios do que os números mostram. Diferentemente da grande maioria das minhas viagens, a ida a Houston não teve uma data planejada porque o objetivo principal não era fazer turismo. Digo isso pois eu jamais teria escolhido chegar na cidade em agosto, um dos meses mais quentes do ano.

Durante o longo verão, a temperatura costuma ultrapassar os 30 °C por cerca de 100 dias no ano, a maioria entre junho e setembro. Com o clima subtropical úmido, a sensação térmica é ainda maior do que as registradas nos termômetros. Não é à toa que o ar-condicionado seja onipresente e responsável por bilhões de dólares gastos anualmente com energia elétrica. Como durante viagens a gente acaba andando muito na rua, não tem muito como fugir do calor. Eu, particularmente, acho extremamente desconfortável porque o clima quente e abafado deixa a pele suada, parecendo que você está em uma sauna.

Mas não pense que você não irá passar frio no inverno da cidade. Embora eles sejam suaves comparados ao norte, é ainda intenso para os padrões brasileiros, principalmente de novembro a fevereiro. Dificilmente se verá cair neve, entretanto, muito menos a ponto de se acumular. Para se ter uma ideia, de 1895 a 2018, só foram registradas quedas de neve que podiam ser medidas em 38 ocasiões. Ainda assim, é necessário ter bons casacos, luvas e gorros para os dias em que os termômetros estiverem próximos ao 0 °C. Eu, particularmente, prefiro isso do que o calor. De qualquer maneira, escolheria os meses fora dos extremos para uma visita.