Essa casa foi construída por Silvestre Valdés, um padre também responsável pela Catedral de Puno, na ocasião da visita do Conde de Lemos à cidade, em 1668. Em seu testamento, o padre deixou instituído que o local deveria ser convertido em capela e ela ficou nas mãos da igreja por um século, quando foi adquirida por Don Miguel Pasqual de San Román e, anos depois, cedida a Donã María Manuela de Orellana y Veloso, filha de Don Joaquín de Orellana, que havia sido Corregedor de Puno. Depois disso, a casa teve vários donos, inclusive a família de Carlos Dreyer Spohr, pintor e colecionador alemão cuja obra e pertences deram origem ao museu ao lado. Mas chega de conversa, o fato é que esse imóvel histórico, um dos mais antigos da cidade, foi reformado e funciona hoje como Café Bar.
Ambiente ★★★★★
La Casa del Corregidor fica ao lado do Museo Carlos Dreyer (propriedade construída como um anexo da casa) e bem próximo à Plaza de Armas, que é a praça principal da cidade de Puno, na Calle Ju. Destua, 576. O local é dividido em três ambientes e você pode escolher livremente onde quer se sentar – não precisa esperar por um funcionário para ser acomodado. O primeiro é o pátio externo, que me pareceu um local bem agradável para tomar um café ou uma cerveja a tarde. Quando passei lá durante o dia, tinha um jogo de tabuleiro em cima de uma das mesas – eu imagino que seja do próprio estabelecimento.

Já na parte interna, o ambiente é mais no estilo de pub, com iluminação mais baixa e móveis de madeira escura, clima da paquera. Achei que essa parte combina mais com quem quer beber, interagir com as outras pessoas e ficar batendo papo, já que parece ser a parte mais movimentada da casa. Além das mesas, é possível sentar em um dos bancos mais altos direto no bar.

Como eu estava mais interessado em comer e ficar sossegado no meu canto com meu namorado, fomos para uma sala com sofás e mesinhas mais para dentro da casa, com a parede toda decorada de discos antigos. O ambiente é super gostoso e estava mais quentinho do que se tivéssemos ficado no pátio – nessa hora já tinha anoitecido e a viagem foi feita em maio, então estava fazendo frio lá fora. Achei divertido identificar as capas dos discos e ler os nomes das músicas enquanto esperava a comida, principalmente os desconhecidos por mim como Danny Daniel, que gravou músicas com títulos como no me humilles por favor e desconocida amada mia. Devem ser maravilhosas!

Serviço ★★★☆☆
Eu gostei do atendimento da casa. Às vezes demorava um pouquinho a aparecer gente – talvez porque estávamos na salinha mais do fundo, mas eram simpáticos e prestativos no sentido de esclarecer os itens do cardápio que não entendíamos exatamente o que era e coisas assim.
Preço ★★★★☆
Quando eu fui, achei os preços um pouco mais em conta do que os praticados no Brasil em bares nesse estilo. Por ser um local nem turístico, pela estrutura do local e a qualidade dos produtos servidos, achei que o preço é justo. Infelizmente na página oficial eles colocam o cardápio sem valores, então não é possível conferir os preços atuais.
Comida ★★★★☆
O nome do local é seguido das palavras “Café Bar”, mas eu adicionaria ali um “Restaurante” já que, além das bebidas e tira-gostos, há uma quantidade boa de opções de saladas, sopas, pratos principais e sobremesas.

Eu fui lá para jantar, então meus pedidos foram voltados para refeições mesmo. De entrada, escolhemos o Paliquesos de quinua, que são tiras de queijo com crosta de quinoa acompanhados com um molho de mel de fisales e pisco. Tanto os palitinhos quanto o molho estavam bem gostosos. Também resolvi tomar um Pisco Chilcano, que era vinha com muña, coca e gengibre. As ervas não agradaram muito ao meu paladar – para mim, ficou com um gostinho de remédio.

Para o prato principal, continuei com a ideia de experimentar os ingredientes locais, então pedi um Lomo de alpaca a la plancha com puré de papa. A carne de alpaca é bem macia e saborosa, tão gostosa que eu desejei que tivessem colocado mais um pedacinho no prato porque achei pouco. O molho também estava gostoso, assim como o purê de batatas e o mix de folhas verdes. Já meu namorado pediu uma truta grelhada que também agradou.
Resumo ★★★★☆
Eu gostei bastante desse lugar. O ambiente é bonito e o clima agradável, saí de lá satisfeito. Quando passei lá mais cedo nesse mesmo dia, aproveitei para ir na loja de produtos artesanais e lembrancinhas de viagem que fica nos fundos. Aproveitei para comprar duas toquinhas de lã de alpaca que foram bem usadas durante a viagem.

Lá você encontra desde itens mais baratos, como luvas e gorros, até produtos mais caros, como os ponchos, casacos, tolhas de mesa, etc. Vários dos itens são bem coloridos e chamativos, de um jeito alegre e divertido que eu gosto, com padrões geométricos ou representações da cultura local. Vale à pena visitar. Você pode passear tranquilamente, olhar os produtos, experimentar e também conhecer melhor a casa onde está o bar.