No dia 17 de julho de 2016, foi realizada a 17ª Festa Francesa de BH, um evento organizado pelo Consulado Francês e Duke ‘n’ Duke. É a primeira vez que eu vou na feira, então resolvi postar as minhas impressões. A ideia é celebrar a cultura francesa com shows, comida típicas, circo e espaço kids, das 10 da manhã até as 21 horas, no domingo.

O ingresso para entrar no espaço reservado para a festa, na Praça José Mendes Júnior, era um quilo de qualquer alimento e podia ser retirado com antecedência ou na hora. Já que se trata de um evento fechado, acho que deveriam ter limitado o número de pessoas. Apenas acho. Mentira, tenho certeza! Estava muito cheio e isso gerou diversos problemas e insatisfação das pessoas – estava todo mundo comentando. Vai vendo!

Como é comum nesse tipo de evento, era preciso comprar fichas para trocar pelos produtos vendidos nas barraquinhas. O problema é que o atendimento era lento e isso era ainda pior pelo fato de as pessoas na fila não terem acesso ao cardápio, deixando para decidir quanto comprar quando já estavam sendo atendidos. Os preços não estavam muito visíveis, pregados apenas na estrutura do caixa – você consegue ler alguma coisa a essa distância? Deveria ter pessoas da organização do evento com menus ou já calculando quanto cada pessoa iria querer de fichas, além de avisar que haviam mais caixas em outro local, um pouco mais vazios. Enfim, a desorganização já começava na entrada da feira, dando uma péssima impressão do que estava por vir.

Pior que isso. Depois de enfrentar a fila no caixa e pegar as suas fichas, você tinha que enfrentar uma fila extremamente demorada (na maioria das barracas) para só depois descobrir que várias das opções de comida tinham acabado. Ou seja, você nem precisava ter comprado a ficha, para começo de conversa, já que o produto que você pretendia comer possivelmente não estava mais disponível. Posso dizer que isso é ridículo? Posso. Isso é ridículo. Quando eu cheguei, às duas da tarde, grande parte da comida já tinha acabado – a festa iria até as nove horas. Se fosse a primeira edição do evento, eu até entenderia. Poxa, eles não esperavam que viesse tanta gente, vamos dar um desconto. Mas depois de 16 vezes, deveriam saber calcular melhor a quantidade de comida que deveriam vender. E se acabar o produto de uma ou outra barraca, tudo bem. Mas se é um problema generalizado, fica complicado – ainda mais depois que o cliente já gastou dinheiro esperando poder comprar determinada coisa. Epic fail!

Além disso, o atendimento não era particularmente bom. Além da demora e desorganização nas filas, as pessoas que trabalhavam nas barraquinhas estavam meio atordoadas com todo aquele movimento e não eram simpáticas, com pouquíssimas exceções. Algumas das tendas eram particularmente mal sinalizadas, o que dificultava para os visitantes encontrar o que queriam. Tinham algumas, por exemplo, que dividiram as filas por produto – essa fila para sanduíches, essa fila para vinhos, etc. Onde estava essa informação? Em lugar algum. Quando o cliente descobriria que estava na fila errada? Nunca. P.S.: não estou falando especificamente da Duke ‘n’ Duke, que estava com uma fila gigante, mas era mais simples por oferecer só um produto.
Vou dar uma pausa (daqui a pouco eu volto) nas coisas ruins e falar da comida. Não vou discutir os preços porque já era esperado que, em um evento nesse estilo, a comida fosse muito barata. O que posso dizer é que poderia ser um pouco mais bem servido, mas não estava um absurdo. O que restou de opção para comer – várias opções estavam esgotadas antes mesmo da metade do evento – estava gostoso. Algumas das barraquinhas eram realmente comandadas por franceses e tinham pratos típicos adaptados, outras eram apenas inspirações longínquas – ainda estou tentando entender o Duke ‘n’ Duke comandar esse evento, já que eles são mais voltados para o estilo inglês/irlandês, mas tudo bem. Tomei um vinho, por exemplo, mas senti falta de ter algo mais específico, como o vin chaud que tomei em Paris e seria algo que não se encontra aqui facilmente. Para tomar um vinho francês, basta ir em qualquer supermercado e comprar. Esta era a ocasião de trazer algo diferente. Além disso, não vi nenhum café, por exemplo.

O tartiflette, um grelhado de batata, cebola, queijo e bacon que comprei no Mon Caviste estava bem gostoso. Eles também estavam servindo esse sanduíche de filé de peixe vermelho em um pão artesanal de nozes que eu achei bom. Tinha também uma sopa de cebola que estava com uma cara ótima. Mas outras opções de comida da barraca tinham esgotado muito cedo, como o daube e o sanduíche com confit de pato.

O Ah! Bon, estava com uma única opção de prato, esse brownie servido quente com sorvete de baunilha e calda de chocolate. Estava uma delícia? Estava. E, por incrível que pareça, foram os únicos a servirem com rapidez. Mas, como eu já comentei lá em cima, podia ser algo diferente. Brownie, petit gateau… essas sobremesas são servidas até em padaria hoje em dia, podiam trazer algo novo! Tinha outros quiosques vendendo macarons, madeleines, crème brulée… que, obviamente, duraram poucas horas e deixaram a maior parte das pessoas na vontade – vai saber se estava gostoso também. Espero que sim. Espero que não, nem tive chance de provar. Enfim.
Além das comidas (as que ainda existiam) e as bebidas, tinha umas duas barraquinhas com produtos para serem levados para casa, como geleias, temperos, azeites e chás. Coisas fofas. Uma delas tinha cachaças saborizadas, outra coisa que eu não entendi o que diabos tinha a ver com a França. Senti falta de barraquinhas com outros tipos de produtos, como roupas ou outras coisas artesanais típicas. Podia ter mais.

Agora voltando para as coisas desastrosas, que músicas eram aquelas? Foram várias apresentações, mas a particularmente mais irritante foi com uma ou mais mulheres, nem sei, gritando e cantando muito mal em inglês, espanhol, alemão, língua dos anjos ou sei lá mas, definitivamente, não eram francês e não estava nada agradável. Detestei. Fora que o som estava muito alto e ficava até difícil de conversar. Podiam ter focado em músicas mais agradáveis, apresentações de dança, tanto filme para ser projetado num telão…
Em resumo, trata-se de uma festa com muito potencial. Imagino que tenha sido considerada um grande sucesso pelos organizadores, já que a maioria das barracas vendeu quase tudo. Mas para o público, pelo menos para mim e meus amigos que estavam presentes, o que se destacou foi a péssima organização, o rápido esgotamento da maioria dos produtos, o atendimento ineficiente… Franceses, melhorem!