A Basilique du Sacré-Cœur, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, localiza-se no ponto mais alto de Paris, em Montmartre. A ideia para sua criação surgiu em 1870 quando um discurso do Bispo Fournier atribuiu a derrota das tropas francesas na Guerra Franco-Prussiana a uma punição divina devido ao declínio da moral e dos bons costumes após a Revolução Francesa, que dividiu a sociedade do país em católicos e defensores da monarquia X democratas, socialistas e radicais.

A fim de renovar a fé, uma lei foi baixada para tomar o terreno destinado à construção, cujo projeto ficou a cargo do arquiteto Paul Abadie. A pedra fundamental foi lançada em junho de 1975, mas debates quando ao direito de propriedade do local arrastaram-se por vários anos. Abadie morreu em 1884 e os trabalhos continuaram sob o comando de outros arquitetos. A basílica só foi finalizada em 1914 com um custo estimado de 7 milhões de francos franceses provenientes de doações privadas. De modo geral, o estilo é uma livre interpretação do romano bizantino. Acima do pórtico estão as esculturas em bronze de Joana D’Arc e de São Luis, rei e patrono da França, montados em cavalos. As pedras travertino usadas garantem que a construção continue branca, apesar dos efeitos do tempo e da poluição. O complexo da basílica inclui um jardim com fonte, para meditação; um grande órgão, pouco comum na época; sino Savoyard de 19 toneladas, um dos mais pesados do mundo; o mosaico Christ em Gloire, criado por Luc-Olivier Merson, que está entre os maiores do mundo; e um domo aberto para os turistas, de onde se tem uma vista panorâmica da cidade.

Pegando a linha 2 do metrô, é possível descer na estação Anvers e já dar de cara com essa Rue de Steinkerque, cheia de lojinhas de souvenirs e ainda mais cheia de gente. A linha 12 também atende a região, que possui vários cafés e restaurantes fastfood. Se quiser uma chegada mais bonita e calma, recomendo subir por uma das ruas laterais. No mais, a maioria dos turistas passa mesmo é por aqui e tem mesmo um certo charme em vencer toda essa confusão com a vista da basílica no alto, lá no fundo.

Falando em vencer a confusão, ao subir as escadarias ou o funicular, que levam até a basílica em si, fique de olho nas pessoas que abordam os turistas querendo dinheiro. Não são exatamente ladrões, mas são indivíduos que atuam em grupo oferecendo informações ou colocando pulseiras no seu pulso e depois pedem, de maneira bem insistente e intimidante, uma contribuição – em outras palavras, extorquindo dinheiro. É o mesmo estilo de abordagem que fazem no Pelourinho, em Salvador, e em outros lugares turísticos. Eu já sabia disso por relatos de outras pessoas e pude observar como eles agem – posso garantir que não é exagero. Mas “fugir” deles não é um problema: simplesmente passe direto, não faça contato visual e nem responda se for abordado. Segue seu rumo.

A visitação interna é gratuita e a basílica fica aberta todos os dias das 6h00 às 22h30. A entrada no domo é permitida entre as 9h00 e as 19h00 no verão e até as 18h00 no inverno. Como o local continua tendo missas e adorações, é pedido que os turistas mantenham o silêncio e utilizem roupas adequadas. Além disso, é proibido tirar fotos. O mosaico que retrata a ressureição de Cristo foi inaugurado em 1923. Ao seu redor, há a representação de vários adoradores, incluindo os santos que protegem a França, como a Virgem Maria, São Miguel e Joana d’Arc.