O Parque Ibirapuera é um dos maiores da cidade de São Paulo, com 1.584 km2, sendo superado apenas pelo Parque do Carmo e pelo Parque Anhanguera. Além de ser um ótimo passeio para os moradores e turistas que procuram uma área verde no meio da cidade de São Paulo, também tem uma ativa vida cultural com a realização de eventos em diversos espaços, além de museus, auditório, etc.

O nome é em tupi-guarani e significa árvore apodrecida – ibirá (árvore) e puera (o que já foi). A região alagadiça havia sido parte de uma aldeia indígena no período da colonização. Depois foi utilizada como área de chácaras e pastagens. Na década de 1920, o então prefeito da cidade, José Pires do Rio, idealizou a transformação do espaço em um parque nos moldes dos existentes na Europa e nos Estados Unidos, como o Bois de Boulogne (Paris), o Hyde Parke (Londres) e o Central Park (Nova York). A ideia não foi pra frente devido ao obstáculo apresentado pelo terreno muito úmido, até que um funcionário da prefeitura chamado Manuel Lopes de Oliveira, o Manequinho, iniciou o plantio de centenas de eucaliptos australianos para drenar o solo. Ainda assim, a foto acima releva que, até a década de 1950, uma favela ocupava a região.

Em 1951, o então governador Lucas Nogueira Garcez instituiu uma comissão composta por representantes dos poderes públicos e da iniciativa privada para desenvolver o projeto do Parque Ibirapuera, visando a sua inauguração durante as comemorações do quarto centenário da cidade. O projeto arquitetônico ficou a cargo do Oscar Niemeyer, enquanto o projeto paisagístico seria realizado por Roberto Burle Marx. Esse último não chegou a ser executado, sendo substituído pelo projeto do engenheiro agrônomo Otávio Augusto Teixeira Mendes. Devido a atrasos na obra, o parque só foi concluído sete meses depois do aniversário de São Paulo.

Localizado entre as Av. 23 de Maio, Av. Quarto Centenário, Av. República do Líbano e Av. Pedro Álvares Cabral, o parque possui 10 portões. Não tem nenhuma estação de metrô muito próxima, mas se você estiver passeando pela Avenida Paulista dá pra descer em direção ao parque – é uma caminhada de 2 km da estação Brigadeiro até o portão 9. Em frente a ele, ainda do lado de fora do parque, fica a obra do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret chamada Monumento às Bandeiras. Encomendada pelo governo de São Paulo em 1921, a escultura é composta por 240 blocos de granito – cada um com, aproximadamente, 50 toneladas, 50 metros de comprimento e 16 metros de altura. A inauguração se deu somente em 1954, juntamente com o Parque do Ibirapuera. A obra mostra os bandeirantes em seu esforço de desbravar o Brasil. Estão representados os portugueses, os negros, os mamelucos e os índios puxando uma canoa utilizada nas expedições pelos rios.

Os lagos do parque ocupam uma grande área e suas águas separam a área cultural, ao norte, da área de contemplação, ao sul. As águas, além de serem habitat para diversas espécies de animais, ajudam a refrescar os dias de verão. A fonte do lago Ibirapuera funciona todos os dias, em determinados horários, e possui espetáculo multimídia. Muitas pessoas aproveitam o espaço em volta do lago para sentar na grama, tirar fotos e apreciar a paisagem.

O Planetário Aristóteles Orsini, inaugurado no início de 1957, foi o primeiro planetário da América Latina. O prédio, de autoria dos arquitetos Eduardo Corona, Roberto Timbau e Antônio Carlos Pitombo, foi inspirado na arquitetura dos anos 1950. Após sete anos fechado para reforma, devido a problemas de infraestrutura causados por infiltração e infestações de cupins, ele reabriu em 2006 equipado com projetores modernos de última geração, elevador panorâmico para acesso de pessoas portadoras de necessidades especiais ao mezanino e exposição do revestimento de madeira trabalhado que envolve a cúpula de concreto e antes ficava escondido por um forro. Nas férias de janeiro, fevereiro, julho e dezembro, são 4 sessões diárias, de terça a domingo, com duração de 40 minutos cada, sempre às 10h, 12h, 15 e 17h. Nos outros meses, as apresentações acontecem somente nos finais de semanas, nos mesmos horários. Os 320 ingressos são distribuídos gratuitamente uma hora antes de cada sessão.

O Auditório do Ibirapuera, inaugurado em 2005, foi o último dos edifícios originalmente projetados por Oscar Niemeyer a ser construído no parque. É composto por um bloco único composto de concreto armado e pintura branca. A marquise na entrada, de metal pintado em vermelho, é bem característica e foi batizada como “labareda”. O auditório tem capacidade interna para 800 pessoas mas, quando aberta a porta de 20 metros no fundo do palco, atende ao público externo que pode chegar a 15 mil pessoas. Atualmente é utilizado para atividades culturais diversas, principalmente espetáculos musicais. A programação pode ser acessada no aplicativo do parque. O prédio ainda abriga a Escola do Auditório no subsolo.

O Pavilhão Lucas Nogueira Garcez, conhecido como Oca, é um espaço para exposições que, em outros tempos, abrigou o Museu da Aeronáutica de São Paulo e o Museu do Folclore. Do projeto original de Oscar Niemeyer, ficou pendente apenas a praça de acesso que ligaria a Oca e o Auditório, que serviria como principal entrada para o parque.

O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) foi criado por Ciccillo Matarazzo e Yolanda Penteado em 1948 nos moldes do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). A sede foi para o Parque Ibirapuera em 1958, mas o museu foi fechado anos depois e seu acervo doado. Insatisfeitos com esse fim, os sócios Paulo Mendes de Almeida e Mário Pedrosa deram início ao novo MAM, que foi instalado, em 1968, em um dos prédios sob a Marquise do Ibirapuera projetados por Oscar Niemeyer. A instituição possui acervo com mais de 5.000 peças, a maioria de arte contemporânea, mantém o Jardim das Esculturas e uma das maiores bibliotecas especializadas em arte de São Paulo. Além disso, a instituição organiza, desde 1969, a bienal Panorama da Arte Atual Brasileira.
Além das atrações culturais já citadas, essa região abriga ainda o Museu Afro Brasil, o Pavilhão das Culturas Brasileiras e o Pavilhão Japonês.



Já a parte sul do parque é marcada pelo cenário mais natural, com grandes gramados onde os visitantes podem descansar ou realizar diversas atividades, muitas sombras de árvores, redários, biblioteca, viveiro, quadras de esportes diversos e área de recreação para as crianças. Além disso, todo o parque é cortado por estradas com uma larga ciclovia – é bom prestar atenção ao caminhar pelo parque para evitar acidentes.
O Parque Ibirapuera, embora não seja o mais bem conservado do mundo – há pichações, muitas pessoas jogam lixo em qualquer lugar e vários espaços precisam de reforma e mais cuidado – é uma ótima opção de passeio, seja pela sua importante cena cultural, seja como um espaço de recreação, prática de esportes e contato com a natureza em uma cidade de concreto. Nos finais de semana, costuma ficar bem cheio de visitantes. Para informações e programação, acesse a página do parque.