Cúpula dos Canhões

Rio de Janeiro – Forte de Copacabana

Após a mudança da capital brasileira para o Rio de Janeiro e com a ameaça de uma invasão espanhola ao país, sob o governo do Vice-rei D. Luís de Almeida Portugal, iniciaram-se, em 1776, as obras de uma fortificação na ponta da Igrejinha de Nossa Senhora de Copacabana, no final da praia então chamada Sacopenapã. A invasão acabou por acontecer no sul do país o que, provavelmente, acabou por interromper as obras. Décadas depois, à época da transferência da corte portuguesa para o Brasil, D. João VI determinou que fosse construído um novo forte no local. O local, entretanto, só foi artilhado em 1823, quando se receava um ataque da Armada Portuguesa à capital da nação recém-emancipada. Posteriormente, o local foi desarmado e novamente armado em diferentes ocasiões.

As obras do forte, como o conhecemos hoje, iniciaram-se em 1908, sob a coordenação do Major Arnaldo Pais de Andrade, na presença do então presidente da República, Afonso Pena, e do Ministro da Guerra, marechal Hermes da Fonseca. As peças vieram desmontadas da Alemanha, acondicionadas em cinco mil caixotes transportados por navios e desembarcados num cais construído especialmente para esse fim, cujos restos podem ser vistos até hoje. O Forte de Copacabana, equipado com canhões de tiro rápido e longo alcance, foi inaugurado em 28 de setembro de 1914 pelo então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca, sendo considerado, à época, a mais moderna praça de guerra da América do Sul e um marco para a engenharia militar.

Portal do Forte de Copacabana
Portal do Forte de Copacabana

Em 1919, foi adquirido o terreno adjacente ao forte e demolida a igrejinha da primeira metade do século VXIII para dar lugar ao Quartel de Paz. O pórtico de entrada para a Praça Coronel Eugênio Franco e da Praça de Armas, projetados por Wolmer da Silveira, foram erguidos entre 1918 e 1920. Na fachada, do lado interior da fortaleza, foi colocada a inscrição em latim “Si vis pacem para bellum”, que significa “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. O Forte de Copacabana foi sede da primeira Escola de Fogo, participou do levante Dezoito do Forte e serviu como presídio político durante o regime militar. A partir de 1987, foi transformado em espaço cultural e hoje abriga exposição de peças de Artilharia de Costa dos séculos XIX e XX, o Museu Histórico do Exército, biblioteca e cafés, incluindo a filial da tradicional Confeitaria Colombo, bem como espaços para exposições temporárias, loja de conveniência e auditório.

Bilheteria e portal de entrada do Forte de Copacabana
Bilheteria e portal de entrada do Forte de Copacabana

Tanto o museu quanto o forte ficam abertos de terça a domingo, sendo que o bilhete dá direito à visita aos dois espaços e também aos cafés. O ingresso é bem barato, atualmente R$6,00. Estudantes com carteira/boleto e documento com foto, idosos acima de 60 anos com documento e professores com carteira de identificação pagam meia entrada, R$3,00. São isentos os maiores de 80 anos, menores de 10 anos, portadores de necessidades especiais, grupos escolares agendados e militares. O pagamento do ingresso é feito somente em dinheiro e diretamente na bilheteria. A página do forte tem informações dos horários de funcionamento, preços, endereço e opções de transporte, mas não é possível comprar o ingresso online.

Museu Histórico do Exército
Museu Histórico do Exército

Museu é aquela coisa, tem quem ame, tem quem odeie e tem quem passa por lá só por curiosidade para ver de colé, mas não lê nada. Esse museu possui objetos históricos interessantes e muita informação sobre a história militar no país. E tem ar-condicionado, o que é uma benção depois de andar no sol no calor dessa cidade. Mas as exibições, desde os bonecos com aparência muito falsa Madame Tussauds passa mal só de pensar e os vídeos antigos, são bem datados e mereciam ser readequados. É um bom conteúdo, mas precisaria de melhor apresentação.

Canhão e vista da praia de Copacabana
Canhão e vista da praia de Copacabana

Já a parte do forte em si é mais interessante. Vale a pena subir até a cúpula dos canhões, de onde se tem uma bela vista das praias de Copacabana de um lado, e Ipanema e Leblon do outro. Não há muito o que se fazer nessa parte além de ver os dois canhões e apreciar a paisagem.

Instalações do Forte de Copacabana
Instalações do Forte de Copacabana

A maior parte da visitação é feita no interior do Forte de Copacabana, onde se pode andar pelos corredores e ver salas com exposições sobre a história do local, maquinários diversos e os locais onde eram armazenadas e transportadas as balas dos canhões. O estado de conservação das instalações não é dos piores, mas também está longe de ser perfeito. Além disso, não há muitas pessoas trabalhando no local para dar informações ou controlar aquela pessoa sem noção que quer subir em tudo para tirar selfies.

Reprodução da enfermaria
Reprodução da enfermaria

Várias salas apresentam reproduções de como eram as instalações do forte, como a enfermaria, o alojamento onde os oficiais dormiam, a pequena capela, os banheiros e lavatórios, a sala do telégrafo, o escritório do comandante, etc. É interessante observar a simplicidade dos móveis e objetos e ler os breves textos que descrevem as atividades do local.

Reprodução da câmara de tiro
Reprodução da câmara de tiro

A câmara de tiro é o órgão da bateria destinado a transformar as informações sobre o alvo, recebidas das estações de levantamento, em elementos de tiro para os canhões. Na sala estão expostos a prancheta de tiro e os corretores de alcance e direção. A prancheta fornece a direção e a distância aproximada do alvo, informações passadas para os outros instrumentos para compensação e correção dos índices apurados. Esses dados eram, então, passados para os canhões, a fim de posicioná-los na direção e altura adequados para efetuar o disparo.

Mesas do café no Forte de Copacabana
Mesas do café no Forte de Copacabana

Com mesinhas dispostas na calçada e vista para a praia de Copacabana, o Café 18 do Forte e o Café do Forte – Confeitaria Colombo só podem ser frequentados por visitantes do forte, ou seja, é preciso pagar o ingresso para entrar. Dependendo do horário, a espera por uma mesa pode demorar cerca de uma hora e os valores são um pouco mais caros do que os encontrados em outros restaurantes fora do complexo.

Praia de Copacabana vista do forte
Praia de Copacabana vista do forte

Com as instalações do forte, as exposições e o museu, até que tem bastante coisa para se ver no Forte de Copacabana – principalmente se levarmos em conta o preço tão baixo do ingresso. Os cafés, embora agradáveis e até famosos, não são imperdíveis. O melhor, na minha opinião, é realmente a paisagem.

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