Ainda que o projeto e os planos não estivessem concluídos, Frédéric August Bartholdi iniciou na França a produção do braço direito e da cabeça da estátua. Em maio de 1876, viajou para os Estados Unidos como membro da delegação francesa para o Centennial Exibition, onde iria expor o braço. Com o atraso da chegada das peças, a escultura não chegou a ser listada no catálogo do evento, mas chamou a atenção popular nos últimos dias da exibição. Era possível subir pelo interior da estrutura até a tocha, de onde se tinha uma boa vista da região.

De volta a Paris, Bartholdi se concentrou na conclusão da cabeça, que foi exibida em 1878 no Paris World’s Fair. Esses eventos, a comercialização de modelos da estátua, a venda de ingressos para ver a construção e a realização de loterias ajudaram na arrecadação dos fundos para a produção da obra.

O braço e a cabeça foram construídos com a ajuda de Viollet-le-Duc, que adoeceu em 1879 e faleceu pouco depois. No ano seguinte, Bartholdi contou com os serviços de Gustave Eiffel e do engenheiro Maurice Koechlin. Eiffel optou por não utilizar uma estrutura completamente rígida, o que eventualmente causaria rachaduras na superfície. A estátua foi construída para se mover suavemente com o vento e com a expansão do metal nos dias quentes de verão, sendo a parte externa suportada pela estrutura interna. No interior da estátua, duas escadas em espiral foram colocadas para dar acesso à coroa. Como o braço é mais estreito, apenas uma escada para uso individual foi construída. Em 1883, morreu Édouard René de Laboulaye, político que iniciou o projeto junto a Bartholdi. Ele foi substituído como presidente do comitê francês por Ferdinand de Lesseps, que havia construído o canal de Suez. A estátua completa foi apresentada formalmente em uma cerimônia em 4 de julho de 1884, em Paris. Mas foi preciso esperar até o ano seguinte, quando foi concluída a construção do pedestal, para desmontar toda a estrutura e transportá-la de barco até Nova York. O pedestal da Estátua da Liberdade foi erguido no interior do Fort Wood, uma base do exército americano construído entre 1807 e 1811 na Bedloe’s Island. O projeto proposto por Richard Morris Hunt era de um pedestal de 35 metros mas, devido à limitação orçamentária, o comitê americano reduziu a altura para 27 metros. Outra mudança foi o uso de concreto nas paredes. No plano original seria apenas granito.

Uma parada foi realizada na manhã de 28 de outubro de 1886 partindo da Madison Square, onde o braço da estátua havia sido exposto anos antes, até Battery Park, no sul de Manhattan. Quando a parada passou pelo New York Stock Exchange, os comerciantes jogaram fitas das janelas, iniciando uma tradição que se mantém até os dias de hoje. A parada náutica aconteceu no começo da tarde, quando o então presidente dos Estados Unidos, Grover Cleveland, embarcou em direção à ilha para a cerimônia de inauguração. Ferdinand de Lesseps, do comitê francês, o senador William M. Evarts, do comitê americano, o presidente dos Estados Unidos e o orador Charuncey M. Depew discursaram na cerimônia. Bartholdi, responsável pelo desenho da escultura, foi chamado para fazer uma declaração, mas se recusou. Na ocasião, o acesso à ilha foi limitado às autoridades. As únicas mulheres presentes foram a esposa de Bartholdi e a neta de Lesseps, pois os oficiais declararam temer que as mulheres se machucassem no meio da multidão. A restrição ofendeu as sufragistas, que fretaram um barco e chegaram tão perto da ilha quanto puderam, de onde fizeram discursos sobre a personificação da liberdade como uma mulher e defenderam o direito das mulheres ao voto. O evento também foi criticado pelo The Cleveland Gazette, um jornal afro-americano que afirmou:
‘Liberdade iluminando o mundo’, de fato! A expressão nos deixa doentes. Este governo é uma farsa gritante. Ele não pode ou não quer proteger os cidadãos dentro de suas próprias fronteiras. Enterrem a estátua de Bartholdi, com tocha e tudo, no fundo do oceano até que a ‘liberdade’ nesse país seja tal que faça possível a um inofensivo e trabalhador homem de cor ganhar o suficiente para ele e sua família, sem sofrer preconceito e talvez ser morto, sua filha e sua mulher ultrajada e sua propriedade destruída. A ideia de ‘liberdade’ desse país ‘iluminando o mundo’, ou sequer a Patagônia, é extremamente ridícula.1
No Tour à Estátua da Liberdade e Ellis Island você pode conhecer bem a história da ilha, que já teve diferentes funções ao longo do tempo, com o passeio guiado em inglês. Também é interessante para quem busca facilidade para comprar os ingressos, se deslocar durante o passeio e ter mais dicas sobre como explorar os espaços visitados.
1 Tradução livre.