King Kong (1933)

Nova York – King Kong

E o profeta disse:
“E então, a fera olhou a face da bela.
E a beleza impediu que sua mão a matasse.
E a partir desse dia, a fera estava condenada a morte.”
Antigo provérbio árabe.

Assim começa King Kong, clássico de fantasia e aventura dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, de 1933. Até hoje, muitas pessoas assistem ao filme acreditando na existência do tal provérbio, que teria inspirado a história. Na verdade, trata-se da invenção de Merian C. Cooper. Entretanto, o fato de o filme mostrar tantos outros elementos reais – a Grande Depressão por que passava os Estados Unidos, a recente construção do Empire State Building e a ganância dos homens – faz com que o limite entre a fantasia e a realidade se confundam, ajudando o espectador a aceitar a existência do próprio gorila. Ora, um dos personagens principais chega a afirmar, em determinado momento, que “toda lenda tem um fundo de verdade”1.

Em King Kong uma expedição vai até a lendária Ilha da Caveira a fim de realizar um filme com a bela e loira atriz Ann Darrow. O ambiente inóspito é habitado por uma civilização primitiva, que acaba por capturar a atriz e ofertá-la ao gorila gigante. Para salvar a moça, a tripulação do navio e a equipe de filmagem adentram a mata selvagem, repleta de criaturas pré-históricas, como dinossauros e cobras gigantes. Por fim, acabam por conseguir capturar o gorila e levá-lo para Nova York como a atração “Kong, a Oitava Maravilha do Mundo”. Com ótimos efeitos especiais para a década de 1930, o filme foi um grande sucesso, conquistando a maior arrecadação para uma estreia na época. Também é creditado que tenha sido o primeiro relançamento de filme nos cinemas.

Boneco de pelúcia do gorila King Kong
Boneco de pelúcia do gorila King Kong

A cena em que Kong escapa em Nova York e sobe o Empire State Building, segurando em uma das mãos uma moça loira, é tão icônica que continua sendo, até hoje, um forte símbolo do lugar. Na visita ao Empire State, você poderá tirar fotos com um boneco do gorila, há alguns cartazes do filme em exposição e vários itens com o tema na loja de recordações.

O filme ganhou novas versões em 1976, criticada por adaptar a história a tempos modernos, e em 2005, dirigida por Peter Jackson e com quase o dobro de duração da original. Embora seja muito longo, principalmente na sua parte inicial, a última versão merece créditos pela bela ambientação da história, principalmente na parte que se passa em Nova York, e pelo desenvolvimento dos personagens. Nesse filme, o provérbio fake é modificado para:

E o profeta disse:
“E então, a fera olhou a face da bela.
E a bela parou sua mão.
E a partir desse dia, a fera estava condenada a morte.”
Antigo provérbio árabe.

A mudança reflete a nova perspectiva mostrada na relação entre Kong e a Ann Darrow. No filme de 1933, o gorila parece se apaixonar pela atriz, que sente apenas pavor da criatura. Foi simplesmente a beleza da moça que impediu Kong de matá-la. Já na versão de 2005, uma relação de amor e proteção se estabelece entre os dois. Nesse filme, o gorila é uma criatura muito mais complexa, graças aos avanços tecnológicos na área dos efeitos especiais que permitiram ao diretor criar o personagem com uma enorme gama de sentimentos. Infelizmente, outras criaturas digitais, como nas sequências em que Kong luta com os dinossauros, não ficaram tão realistas.

1 A frase é dita pelo personagem Carl Denham, diretor do cinema que leva a equipe de filmagem e a tripulação do navio até a Ilha da Caveira, que não constava em nenhum mapa oficial. Nesse momento, ele ainda não sabia o que encontraria na ilha.

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