Visita à casa dos ribeirinhos

Floresta Amazônica – Visita à casa dos ribeirinhos

O Dolphin Lodge fica às margens do Rio Mamori do Paraná, sem nenhuma outra construção à vista. Isso não quer dizer que a estrutura esteja totalmente isolada da sociedade, como pode ser observado nos passeios pelas redondezas. De fato, existem por ali outras opções de hospedagem, além de pequenas comunidades e habitações isoladas.

Acesso à internet
Dolphin Lodge

Foi justamente para entender o modo de vida da população local que fizemos uma visita à casa dos ribeirinhos. O passeio estava incluso na minha estadia, cuja programação varia dependendo da quantidade de dias que você dorme por lá. Assim como de costume, começamos embarcando para fazer o trajeto pelo rio.

Arquitetura da casa
Arquitetura da casa

Os turistas têm a opção de passear somente pela área externa ou entrar para conhecer os aposentos. A família visitada muda a cada dia, dando oportunidade para mais pessoas dessa região da Floresta Amazônica. Isso porque muitos turistas acabam adquirindo algum produto vendido por eles ou deixando uma gorjeta ou presente para os moradores, o que não é obrigatório.

Estrutura no jardim
Estrutura no jardim

Eu imagino que a estrutura das construções sejam parecidas, visto que usam da matéria-prima local e possuem condições semelhantes, como estar à beira de rios que cuja vazão varia muito ao longo do ano, temperaturas elevadas, muitas chuvas, etc. Também deve ser considerada a presença de animais. Além dos bichos de estimação, a floresta abriga espécies que podem representar algum perigo, enquanto outras são usadas para a alimentação.

Alimentos e medicamentos
Alimentos e medicamentos

Falando em comida, a casa que visitamos parecia um pequeno sítio devido à quantidade de árvores frutíferas espalhadas pelo terreno, algumas das quais eu nunca tinha visto pessoalmente ou sequer sabia da existência. Acredito que tenha sido a primeira vez, por exemplo, que acompanhei a colheita do açaí, consumido no norte de maneira bem distinta da que conhecemos.

Coleta do açaí
Coleta do açaí

Também havia por ali diversas hortaliças, temperos e ervas medicinais. Mais que uma comodidade, essas plantações são uma necessidade para as pessoas que moram na região, já que o acesso a mercados ou postos de saúde é limitado pela distância e custos de deslocamento.

Processamento da mandioca
Processamento da mandioca

Também havia um galpão com a estrutura para o processamento da mandioca, raiz de grande importância nutricional. Um detalhe importante é que o alimento pode ser muito ácido, sendo necessário um preparo cuidadoso para garantir a segurança do consumo. Geralmente, a mandioca brava, que é mais tóxica, tem todo o seu líquido todo retirado e é usada para a fabricação de farinha. Já a mandioca mansa pode ser comida in natura sem grandes problemas.

Proteção de tracajás
Proteção de tracajás

Após sair de lá, passamos por uma outra propriedade para conhecer o projeto de conservação comunitária de tracajás, uma espécie de cágado típico da região amazônica. Com a força tarefa local, milhares de filhotes são soltos nos rios todos os anos. Também é feito o trabalho de educação ambiental para crianças e população em geral, já que a carne e os ovos são bastante consumidos na região, muitas vezes desrespeitando o período de reprodução e desova.

Artesanato local
Artesanato local

Ali também funciona uma loja com produtos artesanais produzidos com matéria prima local como cascas de frutas, madeira, palha, sementes, penas, dentes de animais e outros. As peças incluem adereços, objetos de decoração, chaveiros e lembrancinhas de viagem. Eu aproveitei para comprar também um dindin, também conhecido como geladinho, sacolé ou chup chup, dependendo do lugar onde cada um mora.

Dindin de caju
Dindin de caju

Era possível ver que uma família morava nessa mesma estrutura pelas roupas penduradas no varal, crianças brincando no entorno da casa e outros detalhes. Com isso, deu para perceber o impacto do turismo na vida da comunidade local. Inclusive, não pude deixar de comparar as casas visitadas com a hospedagem onde eu estava dormindo nesses dias.

Quarto com ar-condicionado
Quarto com ar-condicionado

O Dolphin Lodge conta com seis chalés e quatro bangalôs, esses últimos ficando sobre a água nos meses de cheia do rio. O diferencial é o conforto de um ar-condicionado no quarto e chuveiro quente no banheiro privativo. Depois de visitar a casa dos ribeirinhos, voltamos para a hospedagem para o almoço em estilo buffet simples, mas bem servido, também incluso no valor da estadia. 

Reservar hotel

Essa manhã foi interessante por misturar passeio na natureza, cultura da comunidade local, projeto ecológico e compra de artesanatos. Depois do almoço, ainda dava tempo para aproveitar a área da piscina de rio, com uma proteção que impede a entrada de animais,tirar um cochilo na rede ou dar uma relaxada na cama antes de sair para o passeio da tarde.

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