O Monte Vesúvio é um ícone na paisagem de Nápoles e outras comunidades na região, pois chama a atenção com o pico atingindo 1.277 metros de altura em meio a áreas mais planas. Obviamente, ele também é reconhecido pelas suas erupções históricas. O último grande evento aconteceu em 79 d.C., quando as cidades romanas de Pompeia, Ercolano, Oplontis e Stabiae foram completamente destruídas, além de diversos outros assentamentos.
Atualmente, ele encontra-se adormecido, mas ainda ativo e considerado um dos mais perigosos do mundo devido à quantidade de pessoas que moram na região. Enquanto está tudo tranquilo, os turistas aproveitam para fazer a trilha até a cratera. Se você não quer ter o trabalho de planejar tudo ou não se sente seguro para fazer o transporte por conta própria, a melhor opção é contratar o serviço guiado saindo do hotel, do porto ou da estação central de Nápoles.
Quem quer ir por conta própria pode alugar um carro e partir de diversas localidades próximas, como Nápoles, Ercolano e Pompeia. A grande vantagem é ter mais liberdade de quando chegar e quanto tempo ficar. Recomendo pesquisar com antecedência e reservar vaga em um dos estacionamentos próximos. Caso você não fique tão perto da cratera e queira evitar o esforço de parte da subida, será necessário pegar um shuttle para descer junto ao início da trilha.
A terceira opção é mais trabalhosa, mas também barata. Trata-se de usar o transporte público para chegar o mais próximo possível da base. Obviamente isso exige um planejamento maior, inclusive para entender o trajeto e verificar os horários de saída. Uma boa ideia é descer na estação Ercolano Scavi e subir o monte de táxi ou no veículo de alguma agência turística. O importante é combinar previamente a volta para não passar aperto lá em cima.
Nas duas últimas opções, também é necessário fazer a compra antecipada do bilhete. Nesse momento, já é definido o horário de chegada, mas tem um tempo considerável de tolerância. Como a conexão à internet no topo é fraca ou intermitente, é recomendado concluir a transação antes de chegar ao topo e garantir o acesso ao bilhete em modo offline. O horário da última entrada varia de acordo com a estação e pode ser conferido no mesmo site, além de outras informações relevantes.
A entrada é marcada pela Piazzale di Quota 1000, que pode ser traduzida literalmente como “praça a 1000 metros de altitude” – não preciso explicar o por quê. Por ali fica o estacionamento mais próximo da cratera, ao final da Strada Provinciale Ercolano-Vesuvio, mas ele é usado somente para embarque e desembarque, com muitos veículos grandes de agências. Quem vai de carro precisa parar em pontos específicos ao longo da estrada e subir um trecho maior a pé. Depois de feita a leitura dos ingressos, inicia-se a subida, já sendo possível ter belas vistas da paisagem.
Eu achei a caminhada tranquila, mas é importante algum planejamento. Recomendo o uso de roupas e calçados adequados, uso de filtro solar e levar pelo menos um litro de água por pessoa e um lanche. No mais, o trajeto só apresenta alguma dificuldade se você tem pouco tempo e precisa percorrer a trilha com pressa. Depois de andar por quase um quilômetro, chega-se à Stazione Superiore, a 1170 metros de altitude. O local é conta com uma loja de conveniência, onde é possível comprar alimentos, bebidas e lembranças.
A partir dali já andamos em volta da cratera. Existem alguns pontos específicos em que dá para ver a parte interna e algumas pessoas fazem um bate e volta a partir dali. Outros optam por um circuito mais completo. O vulcão encontra-se adormecido há muito tempo. Então, o que vemos é, basicamente, muita terra em uma depressão com 300 metros de profundidade. Nada de lava. Nada de lama fumegante. Nem mesmo uma fumacinha para tornar as fotos mais dramáticas.
Com isso, o mais interessante da trilha para mim foram os mirantes, que possibilitam ver os montes, cidades e ilhas ao longo da costa. Se você for apenas até a cratera, com pelo menos uns 2.5 km de ida e volta, terá uma bela vista do litoral. As fazer a caminhada mais longa, de 4.5 km o círculo completo, também poderá ver as paisagens do interior do território. O meu tempo estava limitado e eu estava cansado de um dia intenso de passeios, então optei pelo menor esforço. Mas achei que valeu a pena pela vista das cidades de Ercolano e Pompeia, a distâncias de uns sete e nove de distância, respectivamente. Isso permite ter uma noção maior do poder de destruição da erupção, que soterrou ambas com cinzas, matando centenas de moradores.
Outro ponto de referência na caminhada é a La Capannuccia. Além das lembrancinhas, esse é outro ponto de apoio onde é possível comprar bebidas e comidas e, se estiver com mais tempo, até sentar em uma das concorridas mesas para apreciar a paisagem com tranquilidade. O local funciona como um café, bar e lanchonete.
Dali eu iniciei volta para o ponto de partida, que pode ser feito pelo mesmo caminho percorrido anteriormente ou pegando o trajeto mais longo. Eu fiz a trilha ao final do dia e vi que muitas pessoas estavam esperando no estacionamento próximo à Piazzale di Quota 1000. Algumas sem transporte fechado previamente tentavam alternativas para descer. Por isso é imprescindível ir com tudo já planejado e, para facilitar, com um passeio guiado.
Portadores do ingresso para a área da cratera também têm direito de visitar gratuitamente o Museo del Parco Nazionale del Vesuvio, que fica na cidade de Pompeia. Os dias e horários de funcionamento, bem como outras informações relevantes, podem ser conferidos na página oficial. O museu e outros atrativos que eu visitei estão marcados no mapa interativo acima, bastando dar um zoom out para ver os pontos mais distantes da cidade de Nápoles.
Nas últimas décadas, o Parco Nazionale del Vesuvio criou onze roteiros com diferentes níveis de dificuldade, incluindo trilhas circulares pela natureza, educativas, panorâmicas e com foco na agricultura. No total, são 54 quilômetros. Para quem quer fazer essas caminhadas mais longas, a melhor opção é dormir em Ercolano. Embora pareça pequena, há mais de cem opções de hospedagem na cidade. Em alguns aspectos, eu achei o Parco Archeologico de Ercolano até mais interessante que o Parco Archeologico de Pompeia, principalmente pelo primeiro ser mais compacto e ter construções muito bem conservadas.
Viajento 