Esse ano marcou a volta das minhas viagens internacionais, que estavam paradas desde o ano em que começou a pandemia. As outras férias maiores foram pelo sertão nordestino. Mas também aproveitei para visitar a família e fazer alguns passeios de fim de semana em meu estado, tanto por lugares que já conhecia quanto por outros que já queria visitar há bastante tempo.

Diamantina é uma cidade que carrega muito da história de Minas Gerais, já que surgiu e cresceu com a exploração do ouro e de diamantes. A parte central está bem conservada e possui uma infinidade de construções da época colonial, com destaque para as igrejas em estilo barroco. Mais recentemente, tem sido invadida pela comunidade universitária, o que coloca em cheque seu viés mais tradicional.

Além da parte histórica, vale a pena explorar os seus arredores, com natureza exuberante, trilhas, cachoeiras, grutas e até mesmo pinturas rupestres. Eu aproveitei que estava na região e passei um dia na Vila de Biribiri, que fica no parque estadual de mesmo nome. A pequena e isolada comunidade surgiu junto à uma fábrica têxtil e ficou muito tempo abandonada, mas foi toda renovada recentemente.

Lavras Novas eu já fui algumas vezes e repeti esse ano porque acho irresistível aquele clima friozinho de montanha, com belas paisagens e ótimas opções de hospedagem. Sempre incluo no roteiro alguma atividade nova e, dessa vez, fiz a trilha até uma cachoeira que ainda não tinha visitado.

Esse também foi o objetivo ao voltar mais uma vez para a região da Serra do Cipó. Como o parque nacional é muito extenso, tenho feito pequenas viagens e explorado aos poucos, pois são muitos quilômetros de trilha para visitar as diversas cachoeiras e atrativos naturais do entorno. Ainda tem muito para conhecer por lá, então não vou garantir que a cidade não apareça aqui pelos próximos anos.

Encerrando as cidades que frequento bastante, passei o réveillon em um sítio perto de Campinas e também fui para São Paulo uns meses depois para visitar a família. Obviamente, sempre aproveito para passear e conhecer lugares novos. Na última ocasião, fui em algumas exposições de arte e restaurantes, além de encontrar amigos.

A visita a Petrolina e Juazeiro foi feita em uma viagem de família que tinha sido adiada com o isolamento social. Eu fiquei hospedado na primeira delas e foi lá que fiz a maior parte dos passeios, que incluiu a visita a museus, centros de artesanato, lojas e restaurantes de comidas típicas, passeio e barco e praias de água doce. As cidades, que ficam nos estados de Pernambuco e Bahia, são separadas pelo Rio São Francisco.

Falando nele, também fiz uma visita a Sobradinho, onde foi construída a barragem que represou as águas do rio e formou um enorme lago, ocasionando o deslocamento de diversas comunidades próximas. As dimensões são impressionantes e, embora tenha causado grande impacto ambiental e social, também trouxe muito progresso para a região. Ali perto mesmo visitei uma vinícola, algo que não sabia ser possível em um clima tão árido.

Mas o objetivo principal dessa viagem foi conhecer a Serra da Capivara, no estado do Piauí. Essa área conta com a maior e mais antiga concentração de sítios pré-históricos do continente, só podendo ser visitada com a companhia de um guia e em pequenos grupos para garantir sua conservação. Eu tomei como base o município de São Raimundo Nonato, que possui melhor estrutura para receber o turista.

A viagem para a Itália surgiu com o convite de casamento de uma amiga. Para aproveitar a ida, programei quase um mês de passeios pelo país. Comecei por Roma, onde visitei os pontos turísticos mais famosos, mas ainda ficaria mais tempo porque lá tem muito o que fazer – não entrei em quase nenhum museu, por exemplo. Se puder evitar, recomendo não ir no verão porque faz um calor insuportável.

Nesse tempo passado na capital do país também conheci o Vaticano, que fica ali coladinho e precisa de pelo menos um dia para ser bem aproveitado. O museu é enorme, mas também tem a praça, a igreja e outros atrativos. Eu quis ir em um dia que o papa não costuma aparecer, justamente para não pegar o local tão movimentado. Tinha bastante gente, mas não estava lotado.

Outro bate e volta foi na cidade de Tivoli, uma pequena comunidade conhecida por suas construções antigas, jardins majestosos e fontes de água. Foi um dia de passeio muito intenso e proveitoso, mas acho que até vale a pena dormir lá uma noite para fazer as coisas com mais calma. Definitivamente é menos conhecida, pois estava vazia mesmo na alta temporada.

A segunda cidade que usei como base para os meus passeios foi Nápoles, não tanto pelos seus próprios atrativos, mas pela localização estratégica e hospedagem mais barata. Ainda assim, foi uma grata surpresa justamente por ser menos turística e ter um clima meio caótico, mais autêntico do que visto anteriormente.

Os principais atrativos ali perto são as comunidades que foram destruídas pela grande erupção do vulcão a cerca de dois mil anos atrás. Ercolano não é tão famosa, mas achei interessante justamente por ser compacta e fácil de visitar por conta própria, mas vi alguns grupos. Achei que ela se encontra bem conservada e tem uma história fascinante.

Já Pompeia acaba tomando mais tempo, mas vale a pena visitar pela grandeza dos monumentos, incluindo grandes anfiteatros e salões. Ali senti uma necessidade maior de ter um guia para entender a história por trás das ruínas. Como estava muito quente no verão italiano, achei o passeio um tanto cansativo, mesmo porque é preciso percorrer distâncias maiores entre os pontos mais famosos.

Nesse dia, ainda tirei forças não sei de onde para subir o Vesúvio no último horário da tarde. Peguei um ônibus de turismo que leva até o alto do monte, mas é preciso fazer uma caminhada de pouco menos de um quilômetro para chegar até a cratera. Felizmente, não é uma subida íngrime e a vista que se tem lá de cima faz o esforço valer a pena, sendo possível ver várias das cidades junto ao mar.

Por fim, contratei o passeio de um dia inteiro para conhecer algumas cidades que fazem parte da Costa Amalfitana. Ainda tenho o objetivo de fazer uma viagem específica para essa região e ir mais para o sul. De qualquer maneira, deu para passar um dia dividido entre Sorrento, Positano e Amalfi – praias lindíssimas e bem caras.

O próximo destino foi Bari, que foi onde aconteceu o casamento. Achei interessante porque, comparada com outras regiões do país, ela é menos turística. Deu para gastar menos e aproveitar para conhecer várias cidades. Sinceramente, elas são tão bonitas quantos os lugares mais famosos que visitei e tem muita coisa para conhecer, então ainda pretendo voltar.

Como alugar um carro ficaria um pouco caro pela quantidade de pessoas, fiz todos os deslocamentos de trem e, embora não seja o ideal, deu para me virar. Um dos lugares que mais procurados é Polignano a Mare, cuja parte antiga foi construída sobre rochas. A parte mais cheia é a pequena praia que, apesar de lindíssima, tem umas pedras no lugar da areia, o que a torna muito desconfortável.

É possível visitar Monopoli no mesmo dia, já que fica bem próxima. Ali, em vez de entrar na água, passei mais tempo explorando o centro histórico. São vários pontos de destaque, mas alguns estavam fechados, então também aproveitei para me perder pelas ruelas e encontrei vários cantinhos charmosos e ótimos para tirar fotos.

Em outro dia, parti em direção a Ostuni, outro vilarejo antigo cuja particularidade é ter a maior parte de suas construções na cor branca. Além das igrejas e da praça, também saí da parte mais turística e passeei por áreas isoladas. Dá para fazer tudo por lá em poucas horas, então o melhor seria mesmo estar de carro para combinar vários passeios num mesmo dia.

A última comunidade de conheci dessa região foi Alberobello, que tem umas construções brancas com telhados bem característicos de pedra, criando um visual único. Essa é uma cidadezinha bem turística, então muitas das construções foram tomadas por lojas de artesanato e as ruas ficam mais cheias. Mas dá para encontrar umas áreas tranquilas e tirar fotos com calma.

Dali parti para a região da Toscana, mas acabei concentrando a maior parte dos meus dias em Florença. Para os amantes da arte, a cidade possui muitos pontos de interesse com suas igrejas e museus repletos de obras de arte renascentistas. Destacam-se, entre outros, os afrescos no teto da catedral, a escultura de Davi feita por Michelangelo e e a pintura O nascimento de Vênus, de Botticelli.

O único bate e volta que fiz a partir dali foi em Pisa, onde passei apenas uma manhã, tempo mais que suficiente para conhecer com calma a torre, a igreja, os museus e outros monumentos que se concentram em uma única praça. Isso porque fiz um passeio bem completo, inclusive subindo a torre. Se for só para ver do lado de fora, não gasta meia hora.

O final da viagem por terras italianas se deu em Milão, que aproveitei para conhecer por dois dias já que meu voo de volta partia de lá. Comparado com as outras, achei ela menos interessante por ser uma cidade mais moderna. Ainda assim, alguns pontos chamaram a atenção, como a sua imponente catedral. No mais, aproveitei para fazer umas comprinhas porque ninguém é de ferro.

De volta ao Brasil, passei um bom tempo me recuperando dos gastos ostensivos de uma ida ao exterior. Ainda assim, a vontade de viajar não demorou a aparecer e passei um fim de semana em Catas Altas, que fica aqui pertinho. Deu para visitar o belíssimo Santuário do Caraça, mas pretendo voltar com mais tempo para explorar melhor as trilhas e cachoeiras, além de passar nas cidades históricas do entorno.

Encerrando o ano, voltei para a minha sempre querida Bahia na última semana do ano para alguns dias de descanso e banho de mar, mais especificamente nas quentes águas de Mucuri. É uma cidade pequena e tranquila no sul do estado que recebe muitos visitantes mineiros devido à sua proximidade. Pode não ser o destino com a paisagem mais bonita, mas é praia.