Como se encontra no centro histórico de Diamantina, cercada por construções bem mais antigas, essa catedral pode ser considerada nova. Isso acontece porque a Igreja de Santo Antônio do Tijuco, erguida por volta de 1750 no local, foi demolida em 1932. Inaugurada em 1938, a nova estrutura é dedicada ao padroeiro da cidade e apresenta em seu interior elementos do barroco mineiro, principalmente nos altares laterais e algumas peças avulsas.

A pedra fundamental foi lançada já no ano de demolição da antiga igreja. Estava no comando o Arcebispo Dom Joaquim Silvério de Souza, que almejava construir um edifício monumental e imponente, como estava sendo feito em várias cidades do país. A ideia era justamente trazer renovação para o espaço urbano. O projeto é creditado a José Wasth Rodrigues, que visitou a cidade entre 1919 e 1930. O frontispício divide-se em três seções, com duas torres laterais e a porta principal ao centro. O adro, nome dado ao terreno em frente a uma igreja, possui uma escadaria que segue o desnível da rua.

Toda feita em alvenaria de tijolos, a catedral possui planta retangular e decoração simples no seu interior, com as paredes pintadas de branco e detalhes em bege. Com isso, destaca-se o revestimento do piso, feito com ladrilhos coloridos. O espaço possui uma nave principal, que é dividida das laterais por colunas com arcadas. Em 1938, já foi possível realizar a primeira missa de Natal no local.

A capela-mor possui acabamentos em pedra polida, inclusive para as cadeiras dispostas ao redor do ambiente semicircular, seguindo a abóbada em meia cúpula. Alguns elementos ornamentais fazem referência às igrejas coloniais, mas são bem discretos porque não ocupam muito espaço na grande dimensão da catedral.

Um deles é o retábulo, que foi reaproveitado da antiga matriz e pertence à primeira fase do barroco mineiro. A imagem central retrata Nossa Senhora do Rosário sobre fundo azul, rodeada por anjinhos, nichos com outras figuras, colunas salomônicas com guirlandas e arquivoltas concêntricas, tudo muito detalhado e com o brilho do ouro.

Do outro lado, fica o retábulo com a imagem de Santo Antônio com o menino Jesus, também muito bonito. Me chamou atenção a partitura de uma música disposta em sua frente, em comemoração ao bicentenário da paróquia. No geral, embora seja imponente em suas dimensões, a catedral é bastante simples e pode ser visitada em poucos minutos.

Como encontra-se bem no meio do centro histórico, perto de vários restaurantes e no caminho para o Hotel Tijuco, onde fiquei hospedado, acabei passando por lá em diferentes momentos do dia. Ela estava aberta e a entrada é gratuita. O horário das missas pode ser acessado na página da Arquidiocese de Diamantina.