A união entre um italiano e uma mineira no começo do século XX, bem como as receitas caseiras que surgiram desse encontro, foram a inspiração para a criação da Cozinha da Vó Anna, aberto em 2019 por um grupo de mulheres, incluindo duas de suas netas. A avó, homenageada no nome da cantina, costumava fazer massa artesanal em casa, pendurando as tiras em cabos de madeira para preparar pratos para filhos e netos. A tradição foi passada para as futuras gerações e aparece na mistura de sabores das duas gastronomias.
Os dias e horários de funcionamento atualizados podem ser conferidos na rede social, que também conta com o cardápio. O estabelecimento funciona no segundo andar Mercado Novo, ironicamente um antigo prédio que já passou por altos e baixos, mas foi revitalizado nos anos recentes com a abertura de novos restaurantes, bares, lojas, ateliês e outros, além da realização de eventos. Atualmente, mistura bem o visual datado com propostas modernas.
Ambiente ★★★★★
Para manter o clima rústico, os proprietários dos negócios que funcionam por lá são orientados a manter um visual mais tradicional. Eu acho que os objetos e móveis antigos, a decoração com bastante madeira, ferro e azulejos, a iluminação confortável e outros elementos deixam o ambiente bastante agradável, como se estivéssemos em uma casa de fazenda.
Construído para abrigar centenas de pequenas lojas, o mercado não possui grandes áreas abertas. Por isso mesmo, são poucas mesas disponíveis. Na cantina, a maioria das mesas é para duas pessoas e a gente senta em banquinhos de madeira no corredor de passagem. Eu cheguei cedo, então não tive problemas, mas logo depois estava cheio.
No caso de grupos com mais pessoas, a melhor opção é ficar na parte interna. São dois espaços: no principal funciona a cozinha, o outro me pareceu ser voltado para bebidas e uma área complementar de produção, ambos lindamente decorados. Como éramos duas pessoas, preferimos ficar do lado de fora mesmo.
Serviço ★★★★★
Os mineiros têm a fama de receber bem os visitantes, com uma mistura de eficiência, simpatia e intimidade. Nesse restaurante, é possível comprovar tudo isso e se sentir em casa.
Também sempre gosto quando a cozinha é aberta, já que dá para acompanhar um pouco do trabalho de preparo dos alimentos. Fora que é um ambiente acolhedor, considerado o coração da casa, onde eu mesmo gosto de reunir os amigos em casa enquanto estamos fazendo algo gostoso para comer.
Preço ★★★☆☆
As opções do cardápio e os preços podem sem conferidos nos stories. Para mim, não é barato, mas é justo pela qualidade do produto servido. Ali são usados ingredientes frescos, farinha italiana e ovos caipiras para garantir o melhor sabor.
O espaço também conta com um empório, onde são vendidos antepastos, molhos, geleias, temperos e massas artesanais, entre outros. Além dos sabores, os produtos são tão bonitos que servem como um ótimo presente.
Comida ★★★★★
Uma coisa que eu gostei bastante na Cozinha da Vó Anna é que o menu é simples, no sentido se ser enxuto mesmo. De fato, todas as opções ficam escritas com giz em um pequeno quadro de escola, o que facilita bastante o processo de escolha. Isso não quer dizer que ele seja limitado, já que há variações de entradas, massas e molhos para agradar diversos paladares.
Para uma entrada leve a ser compartilhada, sem interferir tanto no apetite, pedi a bruschetta mineira no pão de queijo. O pão de queijo em si já estava ótimo e me deixaria muito feliz, mas adicionaram ali tomate confit, queijo fresco e folhas de manjericão, deixando ainda mais perfeito.
O meu prato principal foi o ravioli de lombo defumado, que eu podia escolher se vinha acompanhado de molho sugo ou doce de abacaxi – fiquei com a segunda opção por achar mais inusitada e gostei bastante da combinação. Só senti falta de ter sobremesa na cantina, que poderia fechar o menu com chave de ouro.
Resumo ★★★★★
Com ambiente agradável, ótimo atendimento e uma comida deliciosa, tudo o que eu posso dizer é que eu fiquei com muita vontade de voltar lá para experimentar outros pratos. Mas uma ótima opção gastronômica em Belo Horizonte.
Viajento 