Parece ter sido há muito tempo atrás, mas o começo do ano foi bastante traumático devido ao pior momento da pandemia no nosso país (até então), com milhares de mortes por dia. A tragédia anunciada ocorreu tanto pela falta de um programa real de contenção das transmissões da doença quanto pela grande exposição das pessoas nas festas de fim de ano e no verão. Por isso, eu segui em isolamento social nos primeiros meses e nem considerei fazer uma viagem para fora do Brasil.

Com o início da vacinação e o gradual relaxamento do lockdown, voltei a fazer passeios ao ar livre por Belo Horizonte, aproveitando para praticar um pouco de exercício em caminhadas e pedaladas pela região da Lagoa da Pampulha e outros programas semelhantes. Muitas pessoas não aproveitam a cidade em que moram e eu mesmo ainda tenho muitas coisas para conhecer por aqui.

Também aproveitei para fazer um passeio bate e volta em Caeté, cidade que fica bem próxima da capital mineira. O destino foi a Serra da Piedade, um destino famoso pelo belo visual que proporciona da região e pelo turismo religioso, já que ali foi construído o Santuário Nossa Senhora da Piedade, que atrai milhares de visitantes todos os anos.

Já no segundo semestre, depois de ter tomado as duas doses da vacina, me senti à vontade para voltar a fazer viagens – ainda tomando cuidado em usar máscara, evitar lugares fechados e higienizar as mãos sempre que possível. O primeiro destino foi a Serra do Cipó, que tem como atrativo principal o parque nacional de mesmo nome. Ali, é possível fazer trilhas para rios, lagoas, cachoeiras, cânions e mirantes.

Logo depois, resolvi aproveitar que ainda não tinha chegado a alta temporada para passar duas semanas na praia. Há muitos anos atrás, passei alguns dias em Fortaleza, capital do estado do Ceará. Como eu não gosto de fazer nada corrido e Jericoacoara fica a algumas horas de viagem, acabei deixando para conhecer em outra oportunidade. Dessa vez, peguei um voo direto para lá e pude aproveitar bem. No vilarejo, há muitas opções de restaurantes e uma duna de onde se pode ver um belo pôr-do-sol. Também fiz uma caminhada por conta própria até a pedra furada, evitando a aglomeração de pessoas.

Mas os mais famosos por lá são os passeios pelo litoral leste, que passa pela árvore da preguiça, os clubes com lagoas artificiais de cores lindas e toda a estrutura para passar um dia com conforto na cidade de Cruz, a visita às lagoas naturais de Jijoca de Jericocoara e um passeio pelas dunas; e o litoral oeste, com a observação dos cavalos marinhos, o mangue seco, atividades de esquibunda e tirolesa nas dunas e parada na lagoa.

Nesse último passeio, já visitamos alguns dos atrativos de Camocim, mas eu aproveitei que ia fazer um roteiro mais completo e dormi uma noite por lá. A cidade é bem menos conhecida, mas começa a ser procurada por pessoas que buscam por um local mais tranquilo e barato, ainda não tão explorado comercialmente. Além disso, é passagem para quem quer fazer a Rota das Emoções, que passa por três estados. Nesse caso, eu comecei pelo Ceará.

De lá, segui para Barra Grande, já no estado do Piauí. Eu adorei as praias de lá e achei a vila um charme, com suas ruas de areia de praia, hospedagens bonitas e boas opções gastronômicas. De fato, acabou sendo o meu destino preferido nessa viagem, já que mantém uma certa rusticidade no visual, mas muito conforto. Além disso, tinha consideravelmente menos turistas – pelo menos fora da temporada.

O último destino do meu roteiro foi Parnaíba. A cidade não é tão turística quanto as visitadas anteriormente, mas também tem seus atrativos. Destaca-se a área do antigo porto, que foi toda renovada e possui arquitetura colonial, lojinhas de artesanato, bares e restaurantes, além de um interessante museu sobre o mar. O principal objetivo, entretanto, era conhecer o rio que leva o mesmo nome da cidade.

Achei o Delta do Parnaíba bem mais legal do que tinha imaginado, já que tem grandes dunas de areia e dá para tomar banho em água doce e salgada, dependendo do ponto de parada. Também tem o tour no fim da tarde para ver a revoada dos guarás, pássaros vermelhos que deixam as árvores bem coloridas. Nesses passeios, já se faz a travessia para o Maranhão, mas eu não segui pela rota até São Luís porque já tinha visitado os Lençóis Maranhenses em outra oportunidade.

De volta para casa, passei um fim de semana em Congonhas, cidade histórica de Minas Gerais que tem como chamariz as igrejas em estilo barroco. Ali ficam os famosos doze profetas esculpidos por Aleijadinho, mas há outras obras de arte e a arquitetura colonial chama bastante atenção. A visita a museus complementa a experiência, permitindo entender melhor como se deu o desenvolvimento do local.

Já no finalzinho do ano, a ideia foi reunir a família em um ambiente controlado e sem expor ninguém ao perigo, já que uma nova variante do coronavírus apareceu e também estava circulando um vírus da gripe. Por isso, optamos por alugar um sítio em Ibiúna e deu para curtir a piscina com sol em alguns dias e sentir bastante frio, mesmo no verão, em outros. A cidade fica no estado de São Paulo e passei também alguns dias na capital.

Por fim, o réveillon também foi de evitar festas e aglomerações. Fiz a reserva em uma tranquila pousada de Bichinho, uma pequena comunidade em Minas Gerais onde se pode descansar bastante, comprar artesanatos locais, degustar cachaças e queijos e ter um bom contato com a natureza.

Ela fica ao lado da minha queridinha Tiradentes, destino histórico do estado que eu tinha costume de visitar quase todo ano antes da pandemia, principalmente durante o festival de cinema. Apesar de pequena, a cidade tem ótimas opções de passeios, muitos restaurantes e atrai tanto jovens quanto pessoas mais velhas. Eu continuei no clima de tranquilidade, algo necessário depois de um ano turbulento como 2021.