You should have known

You should have known ★★★☆☆

Ano: 2014
Autora:
Jean Hanff Korelitz

Quando eu soube que essa obra seria adaptada para uma minissérie de televisão pela mesma equipe que trouxe Big Little Lies, fui buscar mais informações e acabei me interessando pela história. Aqui também temos um evento traumático na escola das crianças, dramas familiares e um crime, mas a abordagem é bastante diferente.

Jean Hanff Korelitz
Jean Hanff Korelitz

You should have known, lançado em 2014, foi escrito pela autora Jean Hanff Korelitz, nascida e criada em Nova York. Devo destacar a sua habilidade em traduzir bem o espírito da cidade e seus habitantes de uma forma que, provavelmente, somente uma pessoa que vive por lá seria capaz de fazer. Eu já visitei a cidade algumas vezes e posso dizer que fui totalmente transportado para aquelas ruas através da leitura, o que me deixou bastante saudoso. Mas é o que me resta nesse momento de isolamento social: viajar em pensamento.

Compre o livro You should have known

Desde 1996, ela vem publicando romances, mas nenhum foi traduzido para o português ainda. Como eu já tenho costume de ler alguns livros na língua original para treinar o idioma, peguei a versão digital em inglês para o Kindle, que me dá acesso imediato a dicionários de significado e tradução, ótimos no caso de dúvida com algumas palavras ou expressões. Embora eu goste bastante da sensação de segurar e folhear um livro, o dispositivo tem muitas vantagens como carregar uma quantidade enorme de títulos, leve para levar em viagens, bateria que dura por vários dias, tela que não cansa os olhos, ser à prova d’água e outras.

You should have known

O enredo segue a história de uma mulher de alta classe que acredita saber o bastante sobre casamentos, já trabalha há muitos anos com terapia de casais, para compartilhar seus conhecimentos em um livro cuja abordagem é bastante inovadora. Segundo ela, a maioria das pessoas ignora suas intuições e os primeiros sinais negativos dados pelos seus potenciais companheiros e, por isso, embarcam em relacionamentos que estão fadados ao fracasso. Eu gostei muito da parte em que ela defende seu ponto de vista, o que acaba nos fazendo refletir sobre os nossos próprios casos amorosos.

O que não queremos enxergar
O que não queremos enxergar

Se pararmos para pensar em retrospecto, a gente já deveria saber desde o começo que determinada pessoa que tinha problemas com bebida, pré-disposição para mentir, históricos de traição, excesso de ciúmes e controle, atração pelo sexo oposto ou qualquer outro aspecto muito ruim em sua personalidade, inviabilizaria um casamento a longo prazo. O problema é que estamos tão interessados em fazer com que os relacionamentos deem certo, que ignoramos todos os sinais negativos. No caso da terapeuta, após o assassinato da mãe de um aluno que estuda na mesma escola que seu filho, ela logo começa a desvendar segredos inesperados em sua própria vida, que parecia perfeita.

Críticas sociais implícitas
Críticas sociais implícitas

A família formada pela terapeuta, o marido oncologista e um filho único vive em uma bolha de privilégios da classe alta nova yorkina, cujas preocupações são a formação em uma escola privada que cobra cerca de cinquenta mil dólares de mensalidade anual, aulas de violino clássico e outros privilégios. Ao mostrar tanto pessoas ainda mais ricas quanto a família do aluno que frequenta a mesma escola devido a bolsas de estudos que visam diversificar o público e criar uma boa imagem para a instituição, a autora trabalha bem algumas críticas sociais interessantes.

Mais estudo de personagem que suspense

Mas o livro é bem mais focado em como a terapeuta lida com as situações inesperadas que aparecem em sua vida a partir do crime, possivelmente contrariando a sua própria teoria de que muito poderia ter sido previsto. A ideia me agrada bastante, mas confesso que eu achei um pouco forçadas algumas passagens em que os personagens não agem como seria esperado em determinadas situações, um recurso que parece ser usado puramente para alongar a história. A autora também não investe muito no suspense, algo que costuma me prender bastante em leituras desse tipo. Já a série corrige esses aspectos e acabou me agradando mais. Inclusive, o livro está sendo relançado com o nome The undoing, para acompanhar a adaptação para a televisão.

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