A Mission San Antonio de Valero, que recebeu esse nome em homenagem a San Antonio de Padua, foi estabelecida às margens do rio pelos colonizadores espanhóis por volta de 1718. O local abrigava os missionários religiosos e os nativos que foram convertidos por cerca de 70 anos. Em 1793, as autoridades espanholas secularizaram as cinco missões localizadas no povoado e distribuíram as terras entre os moradores locais.

A partir dos anos 1800s, tropas militares espanholas se abrigaram na capela abandonada dessa antiga missão. Foi nessa época que o espaço ganhou o nome de El Alamo. Essa é a designação comum às árvores também conhecidas como choupos. Posteriormente, o espaço foi ocupado por rebeldes e, finalmente, por mexicanos durante e após a bem-sucedida guerra do pela independência, no início da década de 1820. O controle da região foi, portanto, da Espanha para o México. A igreja é justamente a primeira parte do passeio. Basicamente, você entra por uma fila onde tiram uma dessas fotos turísticas que pode ser adquiridas depois e visita a parte interna. Dali você passa para o pátio e o restante das construções.

No dia que eu fui, havia uma exposição temporária chamada Fortress Alamo: The key to Texas que contava o histórico militar do espaço. Entender sobre esses acontecimentos é o que dá sentido ao passeio, já que as construções em si são bastante simples. A ocupação americana teve início com a chegada de Stephen Austin, que chegou a San Antonio com cerca de 300 famílias vindas dos Estados Unidos. Essas pessoas foram autorizadas pelo governo mexicano a se estabelecer no Texas. A migração crescente nos anos posteriores desencadeou um movimento revolucionário que irromperia em conflitos armados em meados da década de 1930. A região do Texas tinha como objetivo se tornar autônomo.

Foi aí que aconteceu a famosa Batalha do Álamo. Em dezembro de 1835, ainda no início da guerra texana para se tornar independente do México, um grupo de voluntários liderado por George Collinsworth e Benjamin Milam dominaram a guarnição mexicana e capturaram o forte. Eram pouco mais de 200 homens. Em fevereiro do ano seguinte, milhares de mexicanos comandados pelo general Antonio López de Santa Anna iniciaram um cerco ao forte. Os poucos texanos resistiram por 13 dias e se tornaram um símbolo da resistência heroica à opressão e luta pela independência, ainda que tenham sido derrotados nessa ocasião, especificamente. Na manhã de 6 de março, as forças mexicanas romperam uma brecha na parede externa do pátio e mataram praticamente todo mundo.

Os detalhes desses acontecimentos podem ser vistos também no Long Barrack Museum, uma outra estrutura do Álamo com exposição permanente. Em 21 de abril de 1835, Sam Houston e cerca de 800 texanos derrotaram a força mexicana de 1500 homens comandados por Antonio López de Santa Anna em San Jacinto, perto de onde se encontra, hoje, a cidade de Houston. A tropa libertadora gritava “Remember the Alamo” durante o ataque. Essa foi a vitória que garantiu o sucesso da independência texana. Santa Anna, feito prisioneiro, se comprometeu a acabar com a guerra. O Texas se manteve como território livre até 1845, quando foi anexado aos Estados Unidos.

Além do conteúdo das exposições, são realizadas algumas apresentações nas áreas externas. Eu vi uma em que homens caracterizados explicavam como eram as armas da época e davam tiros de festim. Esses eventos começaram depois de 1883, quando o estado do Texas comprou a propriedade e, posteriormente, os terrenos circundantes. The Daughters of the Republic of Texas, uma organização de mulheres que inclui descendentes dos primeiros residentes do estado, administram o Álamo desde 1905. Hoje, mais de 2,5 milhões de pessoas visitam anualmente o local, que inclui algumas estruturas originais que datam do período da missão.

O espaço está aberto para visitas gratuitas todos os dias. Você só paga se quiser utilizar um guia de áudio ou pessoal. Para informações atualizadas de horários e preços, recomendo acessar a página oficial. Os jardins são bonitos e bem cuidados e a arquitetura de pedra do local é interessante, mas confesso que a visita só tem realmente um sentido maior quando você toma conhecimento da história. São muitas placas com textos, o que pode tornar o passeio um pouco cansativo. Eu mesmo acabei tirando fotos de algumas partes para ler depois.

No final do passeio, ainda entrei na loja do museu, que é bem grande e possui os mais diversos produtos: vestuário, utensílios de cozinha, comidas, livros, velas, chaveiros, decorações, lembrancinhas e tudo mais o que você puder imaginar. Como eu costumo comentar na maioria desses casos, não comprei nada porque não gosto de ter que carregar peso.
Gostei de ter feito o passeio porque é gratuito e fica no centro da cidade e próximos dos outros pontos turísticos. Para quem tem preguiça de se informar sobre a história e importância do local, entretanto, não acho que seja tão interessante.
Sensacional! Muito bem explicado. Já deu vontade de ir visitar. Bjss
CurtirCurtido por 1 pessoa
Obrigado! Vale muito a pena conhecer!
CurtirCurtir