A visita a Dallas não foi exatamente programada como a maioria das minhas viagens. Eu tinha uma data específica para chegar aos Estados Unidos, mais especificamente no Texas, e coincidiu de o voo mais barato ser para a ser cidade – na verdade peguei com milhas. Ou seja, eu não escolhi tempo ou lugar. Mas sempre gosto de trazer informações para que, tendo chance, vocês planejem as suas viagens da melhor maneira possível. Para isso, é muito importante pensar em vários aspectos do destino, incluindo a geografia e o clima.

Dallas fica na parte centro-sul dos Estados Unidos. Para ficar mais fácil de localizar, o Texas é colado no México – o que explica a culinária local com seus famosos pratos tex-mex. A população estimada ultrapassa os 1.300.000 habitantes, sendo a nona cidade mais populosa cidade do país. Contando a região metropolitana, que também engloba Fort Worth, onde fica o aeroporto internacional que atende à região, o número chega a 7.3 milhões, sendo a quarta no ranking nacional. Nessa área vive um quarto da população do estado.

O desenvolvimento da região se deu após a construção de uma grande linha de ferrovias que dava acesso ao algodão, ao gado e, posteriormente, às fontes naturais de petróleo ao norte e leste do Texas. O local também se tornou o encontro de grandes rodovias interestaduais, o que contribuiu para fazer de Dallas um centro industrial e comercial. A economia é considerada diversificada, com setores dominantes incluindo a defesa, serviços financeiros, tecnologia da informação, telecomunicações e transporte.

Assim como muitas outras cidades, Dallas foi fundada à beira de um rio – nesse caso, o Trinity River. Embora não seja navegável, essa era a principal fonte de água – um fator determinante para a vida humana. Outra coisa importante para o surgimento de uma colônia especificamente nesse local foi que, antes da chegada das ferrovias e construção de pontes, ali era o ponto mais fácil para fazer a travessia das águas com carruagens. No começo dos anos 2000, a população passou a se posicionar sobre a necessidade de tornar o entorno do rio mais bonito e com opções de recreação. Foi então desenvolvido o Trinity River Project para a criação de lagos artificiais, trilhas, parques e outros atrativos. Uma parte próxima ao centro e facilmente visitada é o Trinity Overlook Park.

A região é predominantemente plana, com elevações variando de 137 a 168, o que favorece o uso de transportes alternativos como bicicletas e patinetes – esses últimos são uma verdadeira febre e ficam espalhados por toda a cidade, funcionando como um serviço de aluguel através de aplicativo de celular. Já as bikes, também de aluguel por app, eu não vi tanto no centro da cidade, mas sim em trilhas e parques. Um dos lugares mais procurados para a prática de exercícios e passeios é o White Rock Lake, um reservatório criado no início do século XX. À beira das águas fica o Dallas Arboretum and Botanical Garden, que é um dos atrativos do Dallas CityPASS.
O clima é subtropical úmido, característico das planícies do sul dos Estados Unidos. É também continental, tendo uma relativamente grande variação entre as temperaturas durante o ano. Como está localizada ao final do chamado Tornado Alley, Dallas está sujeita a eventos climáticos extremos como tornados e chuvas de granizo.

Eu jamais visitaria a cidade por livre e espontânea vontade durante os meses de verão, no meio do ano. Julho e agosto são os piores, com as temperaturas mais altas em uma média de 36°C. Eu disse médias, o que quer dizer que há dias um pouco mais frios e outros mais quentes que isso. Eu não gosto de calor e durante viagens sempre há muitos passeios em áreas abertas, caminhando pelas ruas e parques. Eu literalmente me sinto mal, tenho dor de cabeça e moleza no corpo, mesmo me hidratando sempre. Fora a necessidade de me cobrir todo de protetor solar, já que queimo com muita facilidade.
Já os invernos são frescos, com dezembro e janeiro sendo o meses mais frios. Geralmente chega a cair um pouco de neve, mas nem sempre a ponto de acumular. Isso quer dizer que é mais intenso que no Brasil, então não dá para andar tranquilamente de calça e camiseta, eventualmente colocando um casaco leve.
Já a primavera e o outono são estações transitórias, com temperaturas mais moderadas. Geralmente é nesses períodos que eu faço as minhas viagens justamente para pegar dias mais agradáveis, além da economia de dinheiro e a menor quantidade de turistas nas atrações. No gráfico acima, com as médias de 2018, é possível ter uma boa ideia da evolução das temperaturas ao longo do ano.

Outro fator que deve ser observado é a duração do dia, que sempre é menor nos meses de inverno e maior nos meses de verão. Eu fiz essa viagem no finalzinho de novembro e o pôr-do-sol acontecia por volta de 17h20. Já a chuva é algo que pode realmente atrapalhar muitos passeios, então é bom evitar os meses com mais precipitações.
No fim das contas, valeu a pena ter ido em novembro, mesmo que não tenha sido planejado. Afinal de contas, é um mês com as temperaturas agradáveis do outono, fora da alta estação e sem muita chuva. Acertei sem querer.