Esse parque é um dos grandes espaços naturais de cidade de Lausana. Diz a lenda que o seu nome vem do latim Sylva Bellini, que pode ser traduzido como “floresta de Belinus”, o deus celta. Outra possibilidade é que venha de Belin, o carneiro do Roman de Renart, um conjunto medieval de histórias de animais escritos em francês antigo em forma de versos. Seja como for, está relacionado com a natureza. Apesar de estar um clima friozinho e chuvoso no dia, eu quis fazer esse agradável passeio em meio às árvores. Como eu tinha um bilhete de uso ilimitado do transporte público dado pelo Hôtel Résidence du Boulevard, onde fiquei hospedado, fui para a parte superior do parque de ônibus, que possui um ponto junto ao lago.

Em 1888, a Société de développment de Lausanne obteve a concessão para criar um lago permanente de patinação no parque, ainda usado para esse fim no inverno, que acabou se tornando a mais importante atração da região, o Lac de Sauvabelin. Na primavera e no verão, é possível alugar barquinhos para dar uma volta na água. Ali também foi construída uma casa de campo, onde, hoje, funciona o restaurante Pinte du Lac de Sauvabelin. Eu fiz esse passeio de manhã, logo depois de tomar café, então não comi por lá. Mas dei uma olhada do cardápio e achei interessante, além de ser muito agradável o ambiente. Aliás, uma outra ideia é levar seu próprio lanche e aproveitar a beira do lago para fazer um piquenique.

A fauna dessa área é variada, incluindo os peixes, as aves aquáticas como patos, gansos e cisnes e tartarugas. O legal é que ali também fica o Zoo de Sauvabelin, de visitação gratuita, que era antes um parque de cervos. Trata-se de um trabalho de conservação, pois são mantidos animais de raças ameaçadas de extinção, como vacas cinzentas, porcos lanosos, ovelhas vermelhas, cabras com botas, galinhas, coelhos e outros. Os bichos são criados em espaços grandes e o local se assemelha a uma fazenda. Além do programa ProSpecieRara, também o espaço também é utilizado para o cultivo de hortas.

O lago possui apenas 150 metros de comprimento e 100 metros de largura, então em pouco tempo você dá a volta nele. Como é alimentado por poucas fontes, às vezes o fluxo de água se torna insuficiente, então ele é abastecido pela rede de água da cidade. Destaque para a charmosa ilha que fica no centro. Além do lago, do restaurante e da fazendinha, ali também há um parque infantil. Caminhando nas trilhas e estradas em meio às árvores, você até esquece que está em um ambiente urbano. O parque conta, inclusive, com uma área de reserva natural onde está proibida qualquer intervenção humana. Ali se concentram vários carvalhos, alguns com mais de 300 anos. Além disso, o Sauvabelin é um habitat natural das gralhas, aves que gostam das cavidades de velhos troncos de árvores. Dada a raridade dessas cavidades, muitas caixas-ninho foram instaladas na mata para preservação de diversas espécies.

Em meio às árvores, fui caminhando até a Tour de Sauvabelin. Aberto ao público em 2013, essa torre de madeira proporciona uma ótima vista da região no topo dos seus 35 metros de altura. A escadaria dupla é inspirada na que está presente no Château de Chambord, na França, atribuída a Leonardo da Vinci. A subida de pouco mais de 150 degraus até o topo da torre é gratuita. Da plataforma superior, é possível ter uma vista panorâmica do grandioso Lac Léman, também chamado de Lago Genebra, dos Alpes e da cidade de Lausanne.

Por motivos de segurança, só é permitida a permanência de cerca de 50 pessoas na torre de cada vez. Para quem acha que a subida é cansativa, há duas plataformas intermediárias onde se pode recuperar o fôlego. Em alguns dias, a torre pode ficar fechada, principalmente em caso de mau tempo com ventos fortes, neve ou gelo. Os dias e horários de funcionamento podem ser acessados na página oficial.
Uma boa opção para quem gosta de fazer caminhada e apreciar obras de arte é continuar descendo por cerca de 1 km pelas trilhas que passam pelo Parc de l’Hermitage, onde se pode visitar o museu Foundation de l’Hermitage.