Para quem vai de barco para Morro de São Paulo – a grande maioria das pessoas – é interessante saber de alguns detalhes sobre a chegada. Para começo de conversa, é preciso ficar de olho na sua bagagem. Não existe nenhum controle de identificação ou retirada das malas – basicamente você mesmo vai atrás dos seus pertences e sai com eles. Não fiquei sabendo de nenhum caso específico de roubo ou sumiço, não é isso. Mas como muitas malas são parecidas, é interessante identificar a sua mala e ficar esperto na hora do desembarque para evitar dores de cabeça. Se você ainda não tem, dê uma olhada na Loja Viajento. A tag é ainda mais interessante que um simples laço porque leva informações de contato do dono da mala, facilitando a devolução no caso de troca ou extravio.

A recepção no local é feita por vários homens que trabalham como carregadores de malas que cobram por volume. Como não há carros na ilha, os taxis são esses carrinhos de mão. A necessidade de utilizar o serviço dependerá de sua disposição de carregar a própria mala e da localização da sua hospedagem. A entrada para a cidade é na subida de um pequeno, porém íngreme, morro. Depois é mais tranquilo, já que para baixo todo o santo ajuda. Dessa última vez eu estava com uma mala pequena de rodinha e já sabia exatamente onde era a minha pousada porque tinha me hospedado lá anteriormente, então resolvi recusar o serviço.

O problema é que eles são extremamente insistentes, uma postura que eu acho muito irritante e faz as pessoas adotarem uma entonação grosseira para deixar claro que não estão interessadas. Além de carregar as malas, eles trabalham com captação de hospedes para as pousadas e vendas de passeios. Então fica aquele diálogo chato:
– Taxi?
– Não, obrigado.
– Vai ficar onde?
– Já tenho hospedagem, obrigado.
– Mas qual é?
– Pousada tal. (Você cede um pouco fala qual é)
– Terceira praia, fica longe. (Mentira, era entre a primeira e a segunda)
– Eu já conheço aqui, obrigado.
– Já reservou passeio em volta da ilha?
– Não quero, obrigado.
E nisso eles vão te seguindo e enchendo o raio do saco até que você simplesmente para de responder e, depois de alguns segundos, chega outro. Sabe aquele povo que quer te ganhar pela insistência? Pois é.

O pior é que não dá nem para você sair correndo toda louca para fugir dos taxistas porque, antes de entrar na cidade em si (e antes do morro na foto anterior), é preciso ainda enfrentar uma fila para pagar a Taxa de Preservação Ambiental, já que esta é uma área protegida. A arrecadação é destinada à promoção de ações como estudo e implantação de programas de coleta e reaproveitamento do lixo, limpeza e mitigação das praias, campanha educativa com a comunidade e visitantes para a preservação do meio ambiente, etc. Atualmente, a taxa é de R$15,00 por pessoa, ficando isentos do pagamento os maiores de 60 anos e menores de 5 anos. O valor pode ser pago em dinheiro ou cartão de débito. O comprovante desse pagamento não precisou ser mostrado em nenhuma ocasião nas duas vezes em que estive no povoado.

Uma outra taxa, essa bem mais barata, precisa ser paga quando você estiver indo embora. A tarifa de embarque atual é de R$1,10 e é cobrada pelo uso do Terminal Marítimo de Morro de São Paulo. Assim como na saída de Salvador, é recomendado chegar no local de saída meia hora antes do horário. Mais uma vez, chamo a atenção para a importância de chegar ainda mais cedo caso queira garantir liberdade na escolha de seus assentos, já que acaba se formando uma fila considerável dependendo da época do ano e do dia da semana. Esses são alguns detalhes um pouco chatos, mas que precisam ser falados para não surpreender o turista.
