A construção do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Pampulha, realizada durante o governo do prefeito Juscelino Kubitschek, impulsionou a implantação da arquitetura moderna em Belo Horizonte e sua consolidação no cenário nacional. O projeto de Oscar Niemeyer composto por quatro edifícios, com paisagismo de Roberto Burle Marx e obras artistas como Cândido Portinari, transformou a região em um grande ícone da modernidade no Brasil e nas Américas.

A Casa do Baile foi projetada para abrigar o salão com mesas, pista de dança e um pequeno restaurante. A estrutura foi inaugurada em 1943 e logo se tornou palco de apresentações musicais e eventos dançantes. Apesar de parecer circular, a estrutura é, na verdade, a junção de duas circunferências. A parede, assim como as outras obras do Conjunto Moderno da Pampulha, é coberta com azulejos nas cores branca e azul.

O salão foi idealizado para proporcionar espaço para a dança. Um dos mais famosos frequentadores era o próprio Juscelino Kubitscheck, conhecido pelo prazer que encontrava na vida boêmia. Como era de se esperar de um local assim, o público era formado por pessoas da alta sociedade, já que os preços cobrados estavam longe de populares.
O público que jogava no Cassino, atual Museu de Arte da Pampulha, atravessava o lago de barco para encerrar a noite na Casa do Baile. A proibição de jogos em 1946, que resultou no fechamento do Cassino, acabou refletindo sobre a vizinha Casa do Baile, que encerrou suas atividades em 1948. A partir de então, o espaço foi utilizado para fins comerciais. Nos anos 1980, funcionou como anexo do Museu de Arte da Pampulha e, na década seguinte, abrigou um restaurante, mas acabou fechado novamente.

A Casa do Baile era considerada por Oscar Niemeyer sua obra predileta pois, segundo o próprio arquiteto, a marquise sinuosa que acompanha os limites da ilha e emoldura o espelho d’água formava um espaço cenográfico singular, expressão ideal da forma livre por ele sempre perseguida. Diferente das demais construções do complexo arquitetônico da Pampulha, a Casa do Baile está implantada em uma pequena ilha artificial, ligada à orla por uma pequena ponte. O projeto estrutural é do engenheiro Albino Froufe.

Do edifício em circunferência se desprende a marquise, que se destaca pela simplicidade e singeleza das curvas. A sustentação é feita por colunas expressivas que se encerram no pequeno volume de forma ameboide revestido por azulejos decorados. À frente desse espaço há um pequeno palco circular cercado por um espelho d’água que faz parte do jardim de projeto paisagístico de Burle Marx. Toda a área externa possui calçada portuguesa.

Em 2002, a Casa do Baile foi reaberta como Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e Design, administrada pela Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte. A proposta é organizar, documentar e valorizar os espaços construídos e simbólicos da cidade, além de objetos que se tornaram referência na vida cotidiana de nossa sociedade. O centro recebe exposições temporárias, divulga publicações e promove seminários, encontros e outros eventos. O auditório com capacidade para 53 pessoas foi equipado com recursos multimídia e a ilha digital disponibiliza acervos documentais a pesquisadores e ao público em geral.

Além da arquitetura e das exposições, a visita à Casa do Baile é proveitosa para aproveitar a paisagem da Lagoa da Pampulha.