Seguindo o roteiro da minha viagem, fui de ônibus de Puno a Arequipa. Eu já conhecia a empresa Cruz del Sur e queria garantir que ia em um ônibus bem confortável. Isso porque fiz o trajeto durante a noite, saindo às 22:30 e com duração de seis horas. Ou seja, essa é uma alternativa para quem quer economizar na hospedagem e dormir dentro do ônibus tum dum tsss. O Cruzero Plus um desses ônibus de dois andares. Lá em cima imagino que seja um ônibus executivo, mas as poltronas mais confortáveis ficam no primeiro andar e são bem mais limitadas. Ali são só doze assentos, então é preciso mesmo comprar com antecedência. O legal é que uma das fileiras é de poltrona única, então você pode viajar sozinho, sem ninguém ao seu lado. Eu fiz a compra pela própria página da empresa e paguei com cartão de crédito.

Tem algumas coisas no Peru que funcionam diferente do Brasil, então é bom dar umas dicas quanto a essa viagem. Não sei se isso é geral para as empresas de ônibus ou se foi só na Cruz del Sur, mas é preciso despachar a bagagem tipo a gente faz quando vai pegar avião. O processo é rápido e simples. Na foto acima, você pode perceber que há dois guichês para venda de passagens e o terceiro, à direita, diz entrega de equipaje / baggage service counter. Basta chegar ali, apresentar a passagem (não lembro se tem que mostrar documento) e despachar as malas que vão no bagageiro (não vi nenhuma informação de limite de peças ou peso). Daí eles grampeiam o comprovante com o número na sua passagem e pronto.

Outra coisa que precisa ser feita antes da viagem é o pagamento da taxa de embarque. O valor não é cobrado junto com a passagem, como estamos acostumados por aqui. Então é preciso ir no guichê específico para esse fim, pegar filar e tal. O valor é irrisório, mas é preciso estar ciente de que existe esse procedimento para calcular bem o tempo de chegada à rodoviária. A fila anda rápido, mas é bom ter uma folga de horário para não passar aperto por bobagem.

As poltronas desse setor VIP do ônibus são bem confortáveis. Além de serem mais largas e de couro, os assentos reclinam em 160° – já viajei em uns que inclinam mais, mas ainda assim achei muito bom. É como viajar em um ônibus leito aqui do Brasil, com a diferença que você não precisa vender um rim para pagar a passagem. A gente também recebe cobertor, travesseiro e fones de ouvido para usar com as telas individuais, como em aviões. Não utilizei porque queria dormir e o conteúdo era em espanhol, se não me engano.

Eles também dão um lanchinho, que varia de acordo com o horário da viagem – pode ser café da manhã, almoço ou jantar. Depois que começou a viagem, nada mais me lembro. Dormi lindamente e quando dei por mim o rodomoço estava acordando todo mundo para recolher as mantas e travesseiros – acho que eles fazem isso para evitar que as pessoas levem os itens, o que eu não duvido nada que realmente acontecesse se não tivessem controle. Mas achei o cara bem mal-humorado.
Chegamos em Arequipa no horário marcado, às 4:30 da manhã e as lojinhas da rodoviária ainda estavam todas fechadas. Até o banheiro estava bloqueado com uma fileira de cadeiras, mas descobri que tinha um outro funcionando mais lá para o fundo – não sei como cobram para utilização de um banheiro tão malcuidado.

É importante lembrar que não tem taxímetro nos táxis peruanos, então é imprescindível combinar um valor com o motorista antes mesmo de entrar no veículo para evitar surpresas desagradáveis. Também me deram a dica de tirar uma foto da placa que fica em cima do taxi com o telefone pois, caso você esqueça algo no carro ou tenha algum tipo de problema, é possível ligar para a central para tentar resolver – são várias empresas diferentes e, sem fazer isso, você jamais lembrará em que taxi entrou. Também é bom perguntar para algum morador local quais são os taxis mais confiáveis e o valor aproximado até o local que você pretende ir, pois assim se tem uma noção se o taxista está sendo honesto ou abusivo no preço. 😉