Eu fiz diversas postagens sobre os principais pontos turísticos que visitei durante a minha viagem pelo Jalapão, incluindo passagens pelas Serras Gerais, região vizinha ao parque, e por Palmas, a capital do estado do Tocantins que funciona como porta de entrada, graças ao seu aeroporto.

A maior parte dos turistas opta por contratar um passeio guiado, visto que é preciso percorrer longas horas para chegar aos principais atrativos do parque. Uma das opções que encontrei foi o Tour pelo Parque Estadual do Jalapão, com duração de três a seis dias – como eu queria aproveitar ao máximo o destino, escolhi fazer a viagem mais longa. A programação das companhias não muda muito, com pequenas variações nos atrativos visitados. O diferencial fica por conta do atendimento, do tamanho do grupo e do nível das hospedagens.

Como eu estava viajando sozinho, não cheguei a considerar a possibilidade de fazer tudo por conta própria. Mas essa é uma boa alternativa para quem tem espírito aventureiro e gosta de ter total controle sobre o roteiro da viagem. Para isso, recomendo alugar um carro grande e com tração 4×4. Mesmo com a pavimentação de alguns trechos, ainda é preciso passar por diversas estradas de terra para ter acesso aos principais pontos turísticos. É importante lembrar que muitos atrativos exigem reserva antecipada e, em alguns casos, até mesmo o acompanhamento de um guia local.
No mapa interativo acima, estão marcados todos os atrativos que eu visitei no Jalapão. Vale a pena consultá-lo para ter uma noção da distribuição, distâncias e acessos a cada um dos pontos turísticos. Para ver mais detalhes, como o nome das ruas ou de estabelecimentos, basta dar zoom no mapa. Para facilitar, utilizo um esquema de cores e ícones que ajudam a identificar do que se trata cada item.

Os fervedouros são os cartões-postais mais famosos do Jalapão. Trata-se de nascentes de água cristalina que brotam com tanta força da areia que criam um fenômeno único: é impossível afundar! Ao mergulhar nesses poços de cor azul-esverdeada, os visitantes flutuam naturalmente, como se estivessem deitados sobre um colchão invisível. Cada fervedouro tem características diferentes: alguns são mais fechados pela vegetação, outros mais abertos. É comum incluir mais de um no roteiro. Entre os mais famosos estão o Fervedouro das Macaúbas, o Fervedouro do Ceiça e o Fervedouro Bela Vista.

As lagoas são verdadeiros refúgios de tranquilidade, menos conhecidas que os fervedouros, mas igualmente encantadoras. Com águas calmas e de tons azulados ou esverdeados, elas surgem em meio ao cerrado e proporcionam banhos relaxantes em paisagens silenciosas e preservadas. Algumas lagoas são cercadas por vegetação rasteira e outras têm margens arenosas, lembrando pequenas praias escondidas. A mais conhecida é a Lagoa do Japonês.

As cachoeiras completam a experiência de contato com a natureza selvagem do Tocantins. Com águas limpas e refrescantes, elas surgem em meio ao cerrado como convites irresistíveis para banho e contemplação. Entre as mais conhecidas está a Cachoeira da Formiga, com sua impressionante piscina verde-esmeralda. A Cachoeira das Araras é outra que se destaca, nesse caso como um refúgio mais tranquilo e acessível por uma trilha fácil.

Sim, o Jalapão também tem praias de água doce! Ao longo dos rios que cortam a região, surgem faixas de areia clara, margeadas por águas calmas e mornas, perfeitas para um mergulho tranquilo ou descanso à sombra das árvores. Essas praias aparecem especialmente nas margens dos rios Novo, Sono e Soninho, e são um ótimo lugar para relaxar entre os deslocamentos dos passeios. Destaque para a Prainha do Rio Novo.

Os cânions são formações rochosas que impressionam tanto pela grandiosidade quanto pela beleza cênica. O mais conhecido é o Cânion Sussuapara, um corredor estreito entre paredões de pedra por onde corre um filete de água. A vegetação úmida, a luz filtrada e o som da água escorrendo criam uma atmosfera mágica. É uma parada refrescante e contemplativa, que contrasta com a aridez do cerrado ao redor. Mas não deixe de fora da programação o grandioso Cânion Encantado, com diversas quedas d’água entre paredões altos.

As serras são parte fundamental da paisagem do parque, oferecendo mirantes naturais com vistas panorâmicas de tirar o fôlego. A Serra do Espírito Santo é a mais emblemática e um dos melhores pontos para ver o nascer do sol, com trilhas que sobem até o topo e recompensam o esforço com um espetáculo de cores e vastidão. Essas elevações ajudam a compor o cenário de contrastes entre chapadas, vales e formações arenosas.

Para o pôr-do-sol, o ideal é visitar as Dunas do Jalapão, que surgem como um oásis dourado no meio do cerrado. Formadas pela erosão das rochas das serras ao redor, suas areias finas e alaranjadas criam um ambiente quase desértico, mas com vista para rios e vegetação. No final da tarde, os visitantes sobem até o topo para ver o céu tingido de tons quentes sobre o horizonte vasto.

Além das belezas naturais, o Jalapão oferece uma imersão cultural nas comunidades quilombolas que preservam tradições ancestrais. Grupos como Mumbuca e Prata mantêm viva a arte do capim-dourado, o artesanato mais famoso da região, e recebem os visitantes com hospitalidade, comida típica e histórias sobre a luta por território e identidade. Conhecer essas comunidades é uma forma de valorizar o modo de vida local e entender melhor a história da região.

Na verdade, alguns desses atrativos ficam fora do Parque Estadual do Jalapão, mas é comum que sejam incluídos na mesma viagem. Como os pontos turísticos ficam distantes entre si, muitas vezes é necessário usar diferentes bases para os passeios. As minhas hospedagens foram nas cidades de: Ponte Alta do Tocantins, que faz parte das Serras Gerais e ainda está fora do parque; Mateiros, o maior e mais bem estruturado ponto de apoio para quem visita a região; e São Félix do Tocantins, já na parte norte e caminho de volta para a capital tocantinense.
Quem vai de passeio guiado não precisa se preocupar com boa parte das pesquisas e planejamentos, já que as agências fecham pacotes completos. Já para quem vai por conta própria e quer ter total liberdade na programação da viagem, é preciso verificar as hospedagens na região, fazer reservas em atrativos, planejar paradas estratégicas para almoço e outros detalhes. Espero ter ajudado!
