Além dos passeios mais tradicionais pelo Jalapão, que incluem banhos nas águas cristalinas dos fervedouros, mirantes de serras e dunas de areia, praias de água doce e visitas a comunidades quilombolas, também é possível fazer algumas atividades alternativas.
Algumas agências de turismo até incluem atrativos opcionais em seus roteiros, mas, no geral, o pacote fechado não oferece muita flexibilidade. Embora eu recomende fazer o Tour pelo Parque Estadual do Jalapão, com duração entre três e seis dias, quem quiser ter mais liberdade para definir a programação precisa alugar um carro e fazer o passeio por conta própria. Nesse caso, o ideal é reservar um veículo maior e com tração 4×4, pois há muitas estradas de terra na região.

Após alguns dias de passeio guiado, nos hospedamos na cidade de São Félix do Tocantins. A comunidade fica na parte norte do Jalapão, cujo limite é marcado pela passagem do Rio Soninho. Nestas águas, é possível fazer ecoturismo de aventura com o rafting nas corredeiras, perfeitas para aventureiros. Quem quiser algo mais tranquilo pode combinar uma trilha rio acima e descer com a flutuação em bóia, sendo levado por uma correnteza leve enquanto admira a paisagem.

Já cansado com o ritmo da viagem, eu optei pelo programa mais calmo possível: visitar uma cachoeira de fácil acesso e me refrescar do calor intenso característico da região. Para se ter uma ideia, a trilha possui apenas 350 metros a partir do estacionamento ou ponto de acesso, com pouco desnível. Somente perto do atrativo é preciso fazer uma leve descida com degraus e corrimão de apoio. Embora curta, recomenda-se o uso de calçados adequados e antiderrapantes. Eu fui com sapatilhas aquáticas, um calçado híbrido que pode ser usado tanto para caminhada quanto para entrar na água.

A Cachoeira das Araras é bem modesta, com duas quedas d’água paralelas com cerca de 5 metros de altura. Embora pequena, o visual é encantador, com o paredão coberto por samambaias e musgos. A vegetação confere uma tonalidade esverdeada às águas e ao entorno, em contraste com o céu azul. Eu fiz essa viagem na estação seca, que vai de maio a setembro, o que garantiu dias de sol e estradas mais acessíveis. Como fui em junho, a natureza ainda estava bem exuberante.

Algumas pessoas ficaram só curtindo o visual, mas eu aproveitei as águas frescas para amenizar o calor que fazia no dia. O poço é bastante amplo e profundo em alguns pontos, mas há diversas pedras soltas e um tronco de árvore caído no meio, onde é possível se apoiar. Importante lembrar que é proibido o uso de protetor solar e repelente, pois esses produtos contaminam a água.

Dando a volta pelas laterais ou nadando pela parte central, é possível chegar até a queda e aproveitar a força da água como uma banheira de hidromassagem. Nessa parte, dá para ficar em pé, com um espaço atrás da queda. Após passar uma parte da manhã no local, a fome começou a bater e seguimos para o almoço.

Há um pequeno restaurante caseiro ali perto com comida regional e muitos dos ingredientes produzidos na propriedade. É cobrado um valor único e o serviço funciona no estilo buffet, no qual você pode se servir à vontade. Eu achei que havia uma boa variedade de opções e o tempero estava bem gostoso. Mas é importante mencionar que a reserva deve ser feita com antecedência.
A Cachoeira das Araras fica a cerca de 22 km da cidade de São Félix do Tocantins. A maior parte do trajeto é feita pela rodovia asfaltada, mas os últimos quilômetros são em estrada de terra. No mapa interativo acima, estão marcados esse atrativo e muitos outros do Jalapão por onde eu passei. Vale a pena consultá-lo para ter uma noção da distribuição, distâncias e acessos a cada um dos pontos turísticos.
Quem vai de passeio guiado não precisa se preocupar com as pesquisas e planejamentos, já que as agências fecham pacotes completos. Já para quem vai por conta própria e quer ter total liberdade na programação da viagem, é preciso verificar as hospedagens na região, com opções de hotéis, casas, apartamentos, albergues, áreas de camping e outros.

