Embora os fervedouros sejam encontrados em diversas áreas do cerrado brasileiro, a região do Jalapão se destaca pela quantidade e variedade. É difícil dizer o número exato, pois novas nascentes ainda estão sendo descobertas. Além disso, muitos deles ficam em áreas privativas, e cabe aos proprietários decidir se permitem o acesso e criar a estrutura para receber os turistas.

Dezenas de fervedouros já foram catalogados por lá, cada um com características únicas, variando em tamanho, profundidade, força, tonalidade da água e vegetação ao redor. O número e os tipos de fervedouros visitados variam conforme o roteiro de cada agência. O Tour pelo Parque Estadual do Jalapão pode durar de três a seis dias e inclui diversos fervedouros, inclusive os mais conhecidos. Quem preferir mais liberdade pode alugar um carro, desde que seja um veículo maior e com tração 4×4, já que muitas estradas ainda são de terra. Nesse caso, é importante entrar em contato previamente com o atrativo para verificar as regras — alguns deles exigem a presença de um guia ou condutor.

Assim como em grande parte dos pontos turísticos da região, o Fervedouro das Macaúbas fica em uma propriedade particular e cobra uma taxa de entrada – já inclusa no passeio guiado. Ao chegar, encontramos uma casa simples de ambiente rural. Há um pequeno estacionamento, banheiro, vestiário e área de descanso. É recomendado levar lanche e água, embora às vezes seja possível encontrar alguma vendinha simples pelo caminho ou no próprio atrativo.

Para a visita, recomendo usar roupas leves que aliviem o calor característico da região, além de acessórios como boné, chapéu e óculos de sol. Quem vai entrar na água não pode esquecer traje de banho, toalha e chinelo. Evite aplicar protetor solar ou repelente logo antes de entrar na água, para não contaminá-la. O ideal é passar os produtos com antecedência, dando tempo para que a pele os absorva.

Para alinhar as expectativas, vale explicar com clareza como funciona a visita aos fervedouros do Jalapão. Primeiro, é formada uma fila para que cada um tire algumas fotos individuais com o fervedouro vazio. A espera pode ser um pouco demorada, mas os guias controlam o tempo para garantir que todos aproveitem igualmente. Finalmente, podemos entrar na água respeitando o limite de dez pessoas de cada vez. Se o grupo for maior, ele será obrigatoriamente dividido.

Os fervedouros são alimentados por aquíferos subterrâneos, com água brotando para cima e areia em suspensão, criando um ecossistema muito sensível. Um número alto de visitantes pode alterar o fluxo natural da nascente, compactar a areia do fundo e poluir a água. Além disso, com poucas pessoas por vez, a visita se torna mais agradável e o silêncio permite uma melhor conexão com a natureza.

O tempo de banho é limitado, de acordo com as regras de cada fervedouro, o que pode variar de dez a quinze minutos por grupo contados a partir do momento em que se entra na água. A vontade é ficar mais, pois a água tem uma temperatura agradável e a sensação de flutuar é gostosa. Para quem ainda não conhece, os fervedouros são nascentes de água onde ocorre um fenômeno chamado ressurgência, com a água do lençol freático brotando com tanta pressão por entre a areia que impede que qualquer coisa se afunde, inclusive uma pessoa. É como se o fundo da nascente estivesse borbulhando, dando a quem fica no local a sensação de ser empurrado para a superfície.

O Fervedouro das Macaúbas chama atenção por suas águas com tons que variam entre azulados e esverdeados, cercadas por uma vegetação densa de bananeiras e buritis. O poço não é muito grande, o que ajuda a preservar a sensação de exclusividade e tranquilidade durante a visita. A nascente é considerada uma das mais potentes da região, e a pressão da água é forte no centro do poço. A areia no fundo está sempre em movimento, criando redemoinhos suaves.

No entanto, engana-se quem pensa que os fervedouros são encontrados prontos na natureza. Na verdade, eles passam por uma limpeza, principalmente para retirada de folhas que caem das árvores e plantas ao redor, além da vegetação que cresce no fundo. Também é construído um píer para auxiliar a entrada e saída dos banhistas, visto que é proibido pular na água, o que agitaria a areia e a tornaria turva.

Embora não dê para ficar muito tempo na água, mesmo porque outros grupos de turistas chegam a todo momento, vale muito a pena visitar esse e outros fervedouros da região do Jalapão. Para quem quiser curtir com mais calma, algumas alternativas são viajar fora da alta temporada e procurar os fervedouros menos famosos, que acabam permitindo um banho um pouco mais longo.
No mapa interativo acima eu coloquei todos os fervedouros e outros atrativos que visitei na região, bem como as cidades que são usadas como base para os passeios. Nesse caso em particular, recomendo ficar em Mateiros ou São Félix do Tocantins, que possuem boa estrutura de hotéis, pousadas, casas, apartamentos, albergues e outros.