Pequenas cachoeiras em paredões de cânions com poço raso na base.

Jalapão – Cânion Encantado

O Cânion Encantado foi uma grande surpresa na minha viagem. Ele não é tão famoso quanto outros atrativos da região e sequer é incluído em muitos dos roteiros pelo Jalapão, já que não se encontra dentro do parque em si. Mas vem ganhando destaque por suas formações rochosas, vales profundos, cachoeiras cristalinas e trilhas em meio à vegetação nativa.

Reservar este passeio

Uma das opções para visitar o local é fazer o Tour pelas Serras Gerais, com duração de dois a quatro dias de passeio. Também é possível ir por conta própria, geralmente tendo como base a cidade de Ponte Alta do Tocantins. Para isso, você pode alugar um carro, preferencialmente um veículo grande e com tração 4×4. Isso porque, saindo de lá, é preciso percorrer 18 km de estrada de asfalto e 70 km de terra, totalizando aproximadamente 2 horas de trajeto. Partindo de Palmas, são 320 km. Mas a região tem mudado bastante, incluindo o asfaltamento das vias.

Placa de madeira com indicação de três trilhas e vegetação do cerrado ao fundo.
Trilhas pelo Cânion Encantado

Para quem não vai contratar uma agência, é importante notar que é obrigatório o acompanhamento de um condutor ambiental cadastrado junto ao local para fazer a visita. Eles não ficam de plantão no local, sendo necessário entrar em contato com antecedência e agendar o passeio. Os contatos e outras informações importantes, incluindo horários, preços, compra de ingressos e opções de trilhas, podem ser encontrados na página oficial.

Vegetação seca do cerrado brasileiro.
Vegetação do cerrado

Outra questão importante de definir com antecedência é a data da viagem, já que o clima influencia bastante na experiência. Como se trata de um passeio na natureza, o ideal é evitar os meses de chuva. A estação seca vai de maio a setembro, com trilhas mais acessíveis, águas limpas e céu aberto. Eu fiz a viagem no começo de junho, quando o tempo já está firme, mas a vegetação ainda está verdinha e os cursos d’água mantêm bom volume.

Pernas com calças de trilha e caneleiras de couro sobre chão de terra vermelha.
Caneleiras para trilha

Ao chegar no local, assistimos a um vídeo de apresentação das trilhas e recebemos equipamentos de proteção. Isso inclui capacete para proteger dos deslizamentos de pequenas pedras do cânion e uma peça de couro para as pernas, com o intuito de evitar picadas de cobras. Deve-se usar tênis apropriado para trilha, roupa leve, protetor solar e repelente. Também recomendo levar água e lanche leve, embora haja um restaurante no local para almoço.

Mirante na parte superior do cânion.
Mirante superior

Entre as opções de passeios no atrativo, eu fiz a trilha ao interior do cânion, que tem um total de 5.2 km, já contando a ida e a volta. A maior parte da caminhada é plana e tem como primeiro (ou último) atrativo um mirante, com uma plataforma com vista superior da formação rochosa. Embora seja um local lindo, não vale a pena fazer todo o trajeto até lá só para isso.

Vista superior de cânion com pequenas cachoeiras.
Vista superior do cânion

O Cânion Encantado foi esculpido em rochas areníticas avermelhadas, moldadas pela ação do tempo e das águas ao longo de milhares de anos. São diversas quedas d’água com água cristalina caindo junto aos paredões, que variam de 70 a 90 metros. Essa altura confere ao local um aspecto monumental, que é ainda mais impressionante quando visto de baixo.

Descida por degraus em trilha de terra com estrutura de madeira.
Descida pelo cânion

Para o trecho final, são cerca de 500 metros de descida íngreme. Como são muitos degraus, é importante ressaltar a necessidade de um condicionamento físico razoável. Não se trata de ser um atleta, mas é preciso ter uma certa disposição e mobilidade, já que não há opção acessível.

Homem em frente às quedas d'água no interior do cânion.
Chegada nas cachoeiras

A chegada lá embaixo é bastante recompensadora com o visual das diversas cachoeiras. Após o fim da estação chuvosa em maio, o volume das quedas d’água vai diminuindo nos meses seguintes, com algumas delas chegando a desaparecer. O mês de junho é um dos mais procurados para visitar a região porque ainda tem bastante água correndo.

Cachoeiras com queda d'água pouco volumosa caindo dentro de um cânion e formando um poço d'água raso.
Diversas quedas d’água

O contraste entre o paredão avermelhado, a vegetação do cerrado e o curso das águas cria uma composição natural exuberante, especialmente bela nas horas de luz suave do amanhecer e entardecer. Como eu estava com um passeio guiado, não tinha a liberdade de determinar a programação e fiz a trilha de manhã, antes do almoço. Confesso que já estava bem quente, mas isso é praticamente inevitável nessa região.

Poço raso de cachoeira com a água escorrendo no paredão do cânion.
Banho no poço raso da cachoeria

Felizmente tem um poço raso onde é liberado tomar banho. A água cristalina é renovadora, principalmente depois da caminhada. Uma boa parte do grupo acabou optando por não se molhar, já que o tempo reservado era curto. O que eu recomendo é ir com vestimentas que sejam fáceis de trocar ou possam ser molhadas.

Homem com capacete de segurança sob vapor de cachoeira no fundo de um cânion.
Refresco no vapor da cachoeira

Quem não quiser se molhar por inteiro ainda tem a opção de se refrescar com a água da cachoeira espalhada pelo vento, além da sombra das árvores e do próprio cânion. Eu optei por essa alternativa, enquanto explorava a área para encontrar diferentes ângulos.

Homem posando para foto na fenda de um cânion com paredes cobertas por musgos.
Limite da visita

A partir desse ponto, percorre-se uma trilha curta adentrando um pouco mais pela fenda do cânion. A entrada é controlada pelos guias, já que há um limite de pessoas de cada vez. Por isso também não é permitido ficar muito tempo por lá, funcionando mais como um ponto para fotografias rápidas.

Prato branco com feijão, carne de panela com batata e cenoura, macarrão e farofa de banana e passas.
Comida caseira no buffet

Depois de toda a caminhada de volta, a fome já estava dominando e parei para almoçar no restaurante que fica na propriedade. O serviço funciona no estilo buffet, em que pagamos um valor fixo e podemos comer à vontade. Eu achei a comida simples, mas bem temperada e gostosa. Eu peguei carne de panela, feijão, farofa, macarrão e salada.

Pernas para cima em rede na área externa de ambiente rural.
Descanso na rede

Depois, fui descansar no redário enquanto esperava a hora de partida para outro atrativo da região. Outras pessoas do meu grupo aproveitaram esse momento para tomar um banho de chuveiro. Dependendo da programação da agência ou se você estiver passeando por conta própria, ainda é possível fazer a trilha para a Cidade das Pedras, que inclui outra cachoeira. Nesse caso, é necessário reservar o dia inteiro para esse cânion.

No mapa interativo acima, é possível ver a localização desse e dos demais atrativos que eu visitei durante a minha viagem. Para ver mais detalhes, basta aproximar. Reforçando que esse cânion fica nas Serras Gerais, que funcionam como porta de entrada para o destino final de grande parte dos visitantes, o Jalapão.

Para os passeios por essa região, usamos a cidade de Ponte Alta do Tocantins como base. Ali há variadas opções de hospedagem, incluindo algumas com ótima estrutura, piscina aquecida, restaurante e bar. O turismo continua crescendo na região, que já conta com hotéis, casas, apartamentos e albergues.

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