Formação rochosa com um buraco no meio e vista para a mata e céu azul.

Jalapão – Pedra Furada

A Pedra Furada foi o primeiro atrativo que visitei nos meus passeios por essa região do Tocantins. Além da beleza natural, o espaço tem importância histórica por guardar testemunhos de uma época em que toda a área estava coberta pelo mar. Estamos falando de centenas de milhões de anos atrás. Ali foram encontrados restos de plantas, conchas e animais marinhos. As mudanças no ecossistema vieram com a queda de temperatura do planeta, o que causou o congelamento da água nos polos terrestres e o rebaixamento das marés.

Formação rochosa contra céu azul.
Formação rochosa

A formação rochosa está situada dentro de uma propriedade particular e é cobrada uma pequena taxa de acesso. Os valores, horários de funcionamento e outras informações atualizadas podem ser buscadas na página oficial no Instagram. Eu achei o acesso tranquilo, sendo possível fazer o passeio por conta própria com veículo próprio ou com um carro alugado. A vantagem é que isso dá mais liberdade de planejamento, permitindo acompanhar o pôr-do-sol, quando o local fica mais cheio, ou ir em horários alternativos.

Reservar passeios na região

Outra opção é contratar um passeio guiado, como o Tour pelas Serras Gerais, com duração de dois a quatro dias de visitas a atrativos como cânions, cachoeiras e praias de rio. Outros passeios também incluem uma passagem por pontos turísticos dessa serra, que serve como porta de entrada para a região do Jalapão, como o Tour pelo Parque Estadual do Jalapão, que pode ser feito com três a seis dias. Em todos os casos, é comum usar Ponte Alta do Tocantins como ponto de apoio nessa área. Embora pequena, a cidade possui opções de hospedagens com ótima estrutura.

Vandalismo na formação rochosa com desenho de uma figura humana.
Vandalismo no atrativo

Durante a visita, é preciso seguir algumas regras como não entrar com alimentos e bebidas, não tocar ou danificar as pedras, respeitar as faixas de proibição de acesso e manter o silêncio, sendo essa última orientação importante para não atiçar as abelhas que fizeram colmeias nos paredões. Alguns cheiros também podem atraí-las, por isso é recomendável evitar o uso de repelente, perfume ou cremes. Eu não sabia disso e usei protetor solar e desodorante, mas não tive problemas.

Homem com capacete de proteção branco e formação rochosa ao fundo.
Equipamento de proteção

Para subir na Pedra Furada, é exigido o uso de capacete, fornecido na entrada do atrativo. Segundo os funcionários, há risco de queda de pequenos pedaços de rocha, algo que não aconteceu durante a minha visita. Inclusive, achei todo o trajeto bem seguro, mesmo porque estávamos acompanhados por um funcionário responsável por organizar tudo.

Homem sentado na frente do buraco de uma formação rochosa com vista para a paisagem do cerrado ao fundo.
Parada das fotos

É permitido que cada grupo fique apenas uns vinte minutos no local, tempo suficiente para percorrer o pequeno trajeto com calma, tirando fotos da formação rochosa e da paisagem. Um dos pontos famosos avistados de lá é o Morro da Cruz. Particularmente, eu não achei a vista tão impressionante a ponto de justificar uma viagem que passa por estradas de terra, mas faz sentido para quem vai passar mais dias na região.

Formação rochosa com buraco com vista para a vegetação do cerrado e céu azul ao fundo.
Paisagem do cerrado

Elevações como o Espigão Mestre e a Chapada das Mangabeiras surgiram há cerca de 60 milhões de anos, delimitando a área do Jalapão. Com o passar do tempo, um processo natural de erosão foi desgastando as montanhas, dando origem às serras baixas que vemos atualmente no planalto brasileiro. As aberturas da Pedra Furada, por exemplo, foram esculpidas pela ação dos ventos.

Escada com estrutura de metal e degraus de madeira descendo sobre vegetação do cerrado.
Escada de acesso

Como está em um ponto elevado, o acesso é feito por alguns lances de escada, com entrada por um lado e saída por outro. Com isso, forma-se um fluxo único e os grupos de turistas não ficam se esbarrando. Eu achei a subida bem tranquila, sendo percorrida facilmente por pessoas de todas as idades.

Vista da vegetação do cerrado com serras baixas no horizonte.
Trilha entre a vegetação do cerrado

Como eu estava passeando com uma agência, nossa visita se limitou a uma volta pelo atrativo principal. Para quem vai por conta própria ou com mais tempo definido pela agência de turismo, é possível fazer uma trilha de nível moderado, mantendo-se sempre no caminho demarcado.

Mão segurando uma ameixa madura, uma paçoquita e um pacotinho de amendoim.
Lanches práticos

Nesse caso, reforço a necessidade de se manter hidratado, pois o calor é uma das características da região. Também é importante estar atento à alimentação, visto que esse conjunto de arenitos está em uma área isolada, acessada após percorrer vários quilômetros de estrada de terra. Mas a região tem mudado bastante, incluindo o asfaltamento das vias. Eu já tinha comidas e bebidas já inclusos no passeio, mas andava sempre com algo extra.  

Gafanhoto marrom sobre chão de pedra.
Gafanhoto e outros insetos

Quem busca tranquilidade e maior contato com a natureza deve priorizar o horário matutino. Com a presença de poucos visitantes, o silêncio das manhãs só é quebrado pelos sons dos animais silvestres. Pássaros de diversas espécies frequentam o local, com destaque para as araras e papagaios que passam por lá. Também é possível ver insetos diversos.

Depois do passeio, pegamos novamente a estrada em direção à pousada em Ponte Alta do Tocantins. Ali há variadas opções de hospedagem, incluindo algumas com ótima estrutura, piscina aquecida, restaurante e bar. O turismo continua crescendo na região, que já conta com hotéis, casas, apartamentos e albergues.

No mapa interativo acima é possível ver a localização desse e de outros atrativos da região, além das cidades usadas como base para os passeios. Recomendo explorar o recurso para entender melhor o roteiro da viagem. Para ver mais detalhes, basta aproximar com o zoom em qualquer ponto.

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