Palmas foi fundada em 1989 e oficialmente instalada no ano seguinte, sendo a capital estadual mais jovem do Brasil. Localizada no centro do estado do Tocantins, a cidade possui um projeto urbanístico que prioriza avenidas largas, áreas verdes e uma divisão organizada em quadras.

A área urbana é predominantemente plana, com as montanhas da Serra do Lajeado ao fundo. Ali fica uma unidade de conservação com quase 10 mil hectares cobertos pela vegetação típica do cerrado, com nascentes, cachoeiras, grutas, cavernas e sítios arqueológicos com pinturas rupestres. No Parque Estadual do Lajeado, além da observação da fauna e da flora, é possível fazer diversas trilhas, escaladas, rapel, voo livre e até mesmo acampar.

Do outro lado da cidade, fica o extenso Lago de Palmas, criado pelo represamento do Rio Tocantins com a construção da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães, que fica no município de Lajeado, localizado mais ao norte. A obra foi realizada entre 1998 e 2002, gerando um enorme corpo d’água com 172 km de extensão e 8 km de largura. Na capital, são 54 km de orla, onde surgiram a Praia da Graciosa, a Praia do Prata e a Praia do Caju, que podem ser visitadas com um tour pelas praias.
Essas praias possuem boa infraestrutura, incluindo barracas onde é servido o tradicional tucunaré frito ou assado. Também é possível fazer o cruzeiro pelo lago com almoço ou a excursão à Ilha da Canela, que saem do Porto dos Flutuantes. A ilha recebeu esse nome devido à antiga Vila da Canela, que ficava no local e foi submersa com o surgimento do lago. O local é bastante visitado por turistas que buscam um ponto mais tranquilo para passar o dia, com boa estrutura de barracas e área de lazer.

Uma curiosidade é que, apesar de serem chamadas de praias, essas áreas são, na verdade, orlas artificiais às margens do lago. A areia foi trazida para compor o ambiente em pontos específicos com infraestrutura urbana. Outro ponto interessante é que dá para ver redes de proteção que limitam a área de banho. Isso garante a segurança dos banhistas contra animais aquáticos, como arraias e piranhas. As arraias vivem enterradas e podem ferroar para se defender de pisadas. Já as piranhas, embora os casos sejam raros, podem morder humanos. Por fim, essas redes evitam acidentes ao separar a área de banho do tráfego de lanchas e jet skis.

Um dos principais atrativos das praias é acompanhar o pôr do sol, com o astro aparentando ser bem maior devido à proximidade da cidade com a linha do Equador. Mas o que me chamou mais a atenção foram os intensos tons alaranjados, que aparecem principalmente na época da estiagem, entre maio e meados de dezembro. As cores ficam mais fortes pela interação dos raios solares com as partículas de poeira.

O clima é o tropical semiúmido, com duas estações bem marcadas. A chuvosa vai de outubro a abril e a seca, quando a umidade do ar despenca a níveis críticos, fica entre maio e setembro. Nos meses de agosto e setembro, costumam ser registradas as maiores temperaturas do ano, chegando ou até mesmo ultrapassando 40°C em alguns dias, o que torna Palmas uma das capitais estaduais mais quentes do Brasil na atualidade.

Como a maioria dos turistas que visitam a região tem como objetivo fazer os passeios pelo Jalapão, com grande foco nos atrativos ao ar livre, o ideal é priorizar o período sem chuvas. É recomendado viajar no mês de junho, que fica na estação seca, mas pega a vegetação ainda exuberante e os corpos d’água caudalosos. Eu fui na primeira semana do mês e estava bastante quente durante o dia, mas as temperaturas baixavam à noite. Obviamente, é a época mais procurada do ano, então recomenda-se fazer a reserva dos passeios e hospedagens com bastante antecedência.

Para quem está em Palmas com outro objetivo, mas quer aproveitar as belezas naturais da região com um passeio mais rápido, é possível fazer a excursão a Taquaruçu. Em um dia, dá para fazer trilhas cercadas de árvores centenárias, banho em piscinas naturais, visita à aldeia e atividades radicais opcionais como tirolesa e rapel. As cachoeiras mais famosas e de fácil acesso são a Cachoeira de Taquaraçu, a Cachoeira da Rocandeira e a Cachoeira Escorrega Macaco.

Para complementar o passeio pela região, também vale a pena conhecer o Parque Cesamar, localizado no centro de Palmas. Nessa área de preservação é possível ter contato direto com a rica biodiversidade do cerrado. A vegetação é composta por espécies como pau-terra, puçá, pata-de-vaca, imbaúba, candeia, copaíba, angico, ingá, bacaba e ipê. Essas árvores proporcionam sombra e um ambiente agradável para caminhadas e piqueniques, além de servirem de habitat para diversas espécies da fauna.

É comum avistar animais que vivem livremente no local, como capivaras, macacos, cotias, tatupebas e tatu-rabo-mole. Além disso, diversas espécies de aves, como beija-flor de garganta verde, urubu-rei, gavião-carijó, carcará e perdiz, podem ser observadas no local. O parque conta com uma trilha ecológica de 2 km que percorre a mata nativa, permitindo aos visitantes uma imersão no ambiente do cerrado. Além disso, há uma pista de caminhada e corrida de quase 3 km ao redor do lago formado pela bacia do Córrego Brejo Comprido.
Para ter uma ideia melhor de como se distribuem os atrativos turísticos da cidade e região, recomendo dar uma olhada no mapa interativo acima. Isso também ajuda a escolher entre as hospedagens na cidade, com diversas opções de casas e apartamentos, hotéis, albergues e outros. Eu recomendo ficar na área central, onde há melhor estrutura para receber os turistas.
