Comecei o ano com planos de fazer duas viagens maiores, sendo uma internacional e uma nacional. Como de costume, fui adicionando outras ao decorrer dos meses, geralmente de curta duração. Também há aquelas que acabam tomando uma dimensão maior do que pareciam à primeira vista. E algumas eu nem conto aqui, como as constantes idas para São Paulo para visitar a família e passeios pelos arredores de Belo Horizonte, cidade onde moro. Vamos ao panorama geral do que rolou em 2024.
Eu evito viajar em alta temporada devido aos altos custos envolvidos e pontos turísticos lotados. Para o réveillon, fiquei na casa de praia da família em Mucuri, Bahia. Localizada no sul do estado, a pequena cidade não fica muito cheia, mas tem alguns shows e queima de fogos na praia, o suficiente para a virada do ano não passar em branco. O mar não é particularmente bonito, tendo uma coloração mais amarronzada, mas as águas quentes são perfeitas para o banho. De lá, também fiz um bate e volta nas Dunas de Itaúnas, Espírito Santo.
Eu já queria ir para a Colômbia há bastante tempo, mas nunca realizava esse desejo porque as passagens eram caras quando comparadas a de outros países vizinhos. Isso mudou com a inauguração de um voo direto entre a minha cidade e Bogotá. A cidade não é o destino mais turístico do país, mas passei bons dias por lá visitando o centro histórico, museus e parques. Minha base foi o Hotel Espacio 94, que fica em uma área mais moderna e segura.
Além disso, fiz um tour guiado que incluía dois dos principais pontos turísticos das proximidades em um só dia. O primeiro foi a Laguna Guatavita, localizada a 57 quilômetros da capital, entre as cidade de Guatavita e Sesquillé. Trata-se de um lago circular rodeado por montanhas com grande beleza. O local era considerado sagrado pelas antigas civilizações e deu origem à lenda do El Dorado. Dizem que uma grande quantidade de ouro estaria depositada ali, o que levou a tentativas de drenar a água da lagoa, que chega a 125 metros de profundidade.
O segundo ponto turístico fica em Zipaquirá, a quase 50 km da capital. O grande atrativo ali é uma enorme Catedral de Sal, uma igreja subterrânea escavada no interior das minas a uma profundidade de 200 metros. Entre outros atrativos, a visita inclui: caminhada por um extenso túnel que apresenta as figuras da via crucis; a cúpula com 11 metros de altura e 8 de diâmetro; as naves da catedral, com destaque para a cruz com 16 metros de altura e a reprodução da famosa obra e Michelangelo para a Capela Sistina, mostrando a criação do homem.
Mas meu destino principal no país era Cartagena das Índias, que une história colonial e os mares da costa caribenha. Optei por ficar hospedado dentro das muralhas que protegiam a parte urbana mais antiga, no confortável Hotel Boutique Las Carretas. Fundada no século XVI, a cidade conserva coloridos prédios coloniais, igrejas e praças ligados por ruas de paralelepípedo. Apesar do calor intenso, explorei bastante o local com caminhadas, eventualmente me refrescando no ar-condicionado dos museus e restaurantes.
Para quem quer curtir o mar, o ideal é deixar de lado as praias locais e pegar um passeio para as Islas del Rosario. O arquipélago fica a cerca de 100 km da cidade, o que representa cerca de uma hora de viagem de barco. São mais de 40 ilhas e ilhotas, sendo que algumas possuem hotéis, beach clubs e outros atrativos privados. Eu escolhi ir para a Isla Grande e passar o dia no PA’UE Beach Lounge, que tinha uma ambientação mais tranquila, para quem quer curtir o mar com calma. Outros são mais agitados, com DJ, festas, bebidas e até proibição da entrada de menores.
Saindo de Cartagena, peguei um ônibus e segui para Santa Marta. A cidade tem um centro histórico bem mais modesto, podendo ser percorrido sem pressa em poucas horas. Os atrativos incluem museus, igrejas, praças, feira de artesanato e a caminhada no calçadão à beira mar. Quem quiser curtir as praias da cidade podem ficar na região do Rodadero. Eu preferi ficar hospedado na região central, no Hotel Boutique Casa Carolina, de onde eu podia ir caminhando até a marina.
De lá saía o passeio de veleiro pela Bahía Concha, com belas vistas da paisagem costeira banhada pelo mar caribenho. A Bahía Concha fica no Parque Nacional Natural Tayrona e, por ser uma área de proteção ambiental, não possui muita estrutura de apoio. Mas as águas transparentes, quentes e com poucas ondas eram tudo o que eu precisava para um dia relaxante.
Também fiz a excursão a Minca, um passeio totalmente diferente do anterior porque, em vez de ir para a praia, faz uma subida pelas montanhas. Nesse bate e volta, deu para ter uma boa noção dos atrativos locais, que incluem trilha pela floresta, degustação de café orgânico produzido pela agricultura familiar, banho de cachoeira, fabricação de chocolate artesanal e passeio pela vila.
Voltando da viagem internacional, aproveitei os últimos dias de férias para ir até Arraial d’Ajuda, Bahia. Como eu já fui algumas vezes para lá e estava hospedado na casa da família, não tinha como objetivo fazer turismo e conhecer muitos lugares. É um ritmo diferente, sem hora para acordar, curtindo a praia sem pressa, fazer comida em casa para economizar nas refeições, tomar sol na piscina, ler um livro, assistir filmes e séries, dormir… Isso ajudou a evitar aquele problema de voltar ao trabalho mais cansado do que quando saiu de férias.
Eu já fui muitas vezes ao Rio de Janeiro e ainda há muitos atrativos que não conheço. Mas não tenho me sentido tão seguro por lá e estou priorizando visitar lugares novos. Ainda assim, esse ano teve dois eventos que me levaram à cidade. O show da Madonna na praia de Copacabana, que foi bem mais tranquilo do que eu estava imaginando. Também fui pela primeira vez ao Rock in Rio e achei o festival bem organizado, o que me faz considerar a possibilidade de voltar em outras edições, dependendo da programação.
Outra viagem que eu planejava fazer há muitos anos e acabava não acontecendo por um ou outro motivo acabou saindo nesse ano. Trata-se do Jalapão, uma grande área de preservação ambiental que possui fervedouros, rios, cachoeiras, cânions, dunas, lagos, trilhas e outros atrativos que me agradam bastante. Como o acesso não é tão fácil, incluindo trajetos por estradas de terra, eu optei por contratar um tour pelo Jalapão, que pode ser de três, quatro ou cinco dias.
No caminho, também visitamos alguns dos atrativos da Serra Geral, outro parque da região famoso por suas cachoeiras, cânions, lagoas e praias de água doce. Quem tiver mais tempo disponível, pode contratar o tour pela Serra Geral que dedica dois ou quatro dias para essa região, algo que eu certamente faria em uma nova visita. Outro passeio que eu quero muito fazer é o tour da Chapada das Mesas, que fica no sul do Maranhão.
Esses programas pelos parques e serras saem de Palmas, Tocantins. Muitos dos turistas que visitam a região passam rapidamente pela capital do estado, mas eu optei por ficar alguns dias para conhecer um pouco das praias de rio, praças e parques. Como eu estava viajando sozinho, acabei indo somente para os lugares mais próximos. Grupos maiores tem a opção de dividir um taxi ou até mesmo alugar um carro, sendo essa a melhor opção para explorar com mais liberdade.
Mais para o final do ano, tive outra viagem que não havia sido programada. Conversando com um amigo sobre a necessidade de ambos trocarem de computador, acabamos combinando de viajar para os Estados Unidos. A diferença de preço entre comprar aqui e lá fora era tão grande, que dava para pagar a passagem e ainda fazer turismo por lá – a hospedagem seria na casa de parentes em Tampa. Aproveitamos para conhecer a cidade, ir ao parque de diversões do Busch Gardens e outras coisas.
Fechando os trabalhos, ainda rolou uma viagem para passar o réveillon na praia com um grupo de amigos. O destino escolhido foi Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, que eu ainda não conhecia. Por ser alta temporada, a cidade estava bastante cheia, mas isso não chegou a me incomodar tanto quanto eu imaginava. Também estava com medo de só pegar chuva, como estava indicado na previsão do tempo, mas acabou dando para curtir a praia todos os dias – alguns, de fato, um pouco nublados, mas água mesmo só caiu durante a noite. E assim começou 2025!
Viajento 