Localização de Presidente Figueiredo no mapa mundi

Presidente Figueiredo – Geografia e clima

Sendo Presidente Figueiredo um destino de ecoturismo, é importante conhecer um pouco sobre a geografia e o clima para planejar melhor a viagem. O município está localizado a 107 km da capital amazonense, sendo acessado pela BR-174 em uma viagem que dura cerca de duas horas. Com isso, é possível fazer um passeio bate e volta e conhecer alguns de seus principais atrativos. É uma boa alternativa para quem vai passar pouco tempo na região, mas acaba ficando um pouco cansativo.

Para aproveitar melhor, eu recomendo alugar um carro e fazer tudo por conta própria, o que permite economia e mais liberdade na programação. Além disso, deve-se reservar uma hospedagem na cidade ou nas proximidades. A região tem se destacado como um novo destino turístico e ganhado mais estrutura para receber os visitantes, mas ainda é um local simples. Na região central, um dos mais procurados é o Hostel da Milla. Já quem busca mais contato com a natureza durante a estadia pode optar pela Pousada Paraíso do Calango Azul.

Queda d'água ampla
Cachoeira de Iracema

Com diversas cachoeiras, lagoas, rios, grutas, cavernas e trilhas pela selva distribuídas no Geoparque Cachoeiras do Amazonas, a região oferece uma boa diversidade de paisagens e experiências, merecendo ser visitada com mais calma. Uma boa dica é evitar os finais de semana e feriados prolongados, já que a população local também aproveita os dias de folga para passear e os atrativos ficam mais lotados. Posso citar como exemplo a Cachoeira da Iracema, que possui uma boa estrutura e conta até mesmo com um bar às margens do rio.

Caverna do Maroaga
Caverna do Maroaga

Um dos pontos mais famosos da região é a Caverna do Maroaga, também conhecida como Refúgio do Maroaga. Ela faz parte de um complexo de cavernas e recebeu esse nome em homenagem a um chefe Waimiri-Atroari, grupo indígena que ainda habita na região. A passagem por ali é razoavelmente rápida, com tempo livre para bater algumas fotos na entrada. Não é permitido ingressar pelas bifurcações que levam aos túneis que, somados, chegam a quase 400 metros de comprimento.

Paredão de arenito
Paredão de arenito

Esse passeio é feito, obrigatoriamente, com o acompanhamento de um guia local, pois trata-se de uma área de preservação ambiental. A trilha continua circundando um paredão de arenito com áreas inundadas, sendo necessário seguir descalço para não molhar o tênis. Eu achei bem gostoso porque dá uma refrescada e vamos pisando na areia fina, que não incomoda os pés, mas também há a opção de alugar galochas.

Gruta da Judeia
Gruta da Judeia

Logo nos encontramos na famosa Gruta da Judeia. O fluxo de água que cai do teto alto varia de acordo com a estação, sendo mais forte na época das chuvas, que vai de dezembro a maio. Eu fiz o passeio em agosto e, ainda assim, tinha uma queda pequena e constante, onde aproveitei para tomar um banho renovador.

Pequena queda d'água
Banho na gruta

Ali forma-se uma piscina natural e a maioria dos visitantes vai com roupa de banho, aproveitando o momento para limpar a alma e o corpo, já que a caminhada no meio da floresta com clima quente e atmosfera úmida deixa todos suados. Ao todo, a caminhada leva cerca de meia hora de ida e o mesmo tempo na volta. Não é necessariamente muito pesada pois a distância é curta, mas o solo é irregular e as subidas podem ser bastante cansativas para quem não está habituado a este tipo de atividade.

Jacuzzi das Piscinas Naturais do Mutum
Piscinas Naturais do Mutum

Outra formação que chama muito a atenção é a das Piscinas Naturais do Mutum, que se tornaram um dos atrativos queridinhos da região após viralizar nas redes sociais. É preciso visitar o local na época da seca, já que o nível da água tem que estar mais baixo para visualizar e até entrar nos grandes buracos formados no leito da corredeira. Como são fechados no fundo, eles não puxam os banhistas para baixo, mas chegam a ter sete metros de profundidade, então é preciso ter cuidado.

Chegada na Cachoeira do Mutum
Cachoeira do Mutum

Isso vale também para a Cachoeira do Mutum, um pouco mais abaixo, que recebe um grande volume de água e possui correnteza muito forte. Tem até uma corda limitando até onde se pode ir com segurança. Ela possui um tom amarelado, bastante comum na região amazônica. A cor é resultado do tanino, composto orgânico liberado pelas raízes, cascas das árvores e folhas. Embora possa parecer estranho para algumas pessoas, a água é bem limpinha e própria para o banho.

Buracos na pedra
Buracos na pedra

Tanto ela quanto a Cachoeira da Pedra Furada tem como característica a piscina natural que é formada junto à queda com bastante areia fina, resultado da composição do solo na região. Isso dá a sensação de estar em uma praia de água doce. O diferencial aqui é o fluxo do rio escorrendo por alguns furos naturais da pedra, formando uns chuveirões. O mais intenso é bastante forte, mas dá para ficar embaixo do outro e sentir como se fosse uma massagem. Nos meses de cheia, uma terceira cascata se forma passando por cima da formação rochosa.

Lagoa de Balbina
Lagoa de Balbina

Quem visita essa área, que fica a cerca de 50 km do centro da cidade, costuma aproveitar para ir até a Represa de Balbina. O grande lago foi formado com a construção de uma usina hidrelétrica inaugurada no final da década de 1980. Embora tenha grande impacto visual, a obra foi bastante criticada por seus impactos ambientais e sociais, com perda de cobertura florestal e deslocamento das famílias tradicionais indígenas. Eu passei por lá para comer no Restaurante do Mirandinha, que tem um ótimo sabor caseiro.

Nadando na Lagoa Cristalina
Nadando na Lagoa Cristalina

A região de Presidente Figueiredo também conta com diversos fervedouros e lagoas naturais. Uma das mais famosas é a Lagoa Cristalina. Ela tem partes bem profundas, o que pode não parecer devido à sua transparência. Só é permitido ficar dentro d’água por vinte minutos. Além disso, os grupos não devem ultrapassar o número de dez componentes e é proibido pular, pois isso faria subir a areia no fundo, tornando a água turva.

Rio Vermelho
Rio Vermelho

Já no Rio Vermelho, o banho é liberado. Na verdade, trata-se de uma parte do Igarapé das Lajes que recebeu esse nome coloquial pela cor que a decomposição das folhas das árvores proporciona. A intensidade vai depender do fluxo da água e a incidência da luz, mas eu achei que estava bem vermelhinho mesmo. O local também rende boas fotos e tem ali algumas canoas que podem ser usadas livremente.

Banho de cachoeira
Cachoeira Natal

O último ponto que visitei foi a Cachoeira Natal, que se destaca pela queda com mais de 50 metros de largura. Como não é muito alta, possuindo cerca de dez metros de altura, o impacto da água criou um poço raso, que não passa da cintura. Na parte superior, é possível tomar um banho de rio quando a correnteza está mais fraca.

Gruta atrás da queda d'água
Gruta atrás da queda d’água

Isso é um fator muito importante no turismo da região. Os atrativos visitados variam de acordo com as estações, que podem ser divididas entre seca e chuvosa. Eles chamam de verão e inverno, mas acho mais confuso porque a  região possui temperaturas alta durante todo o ano. A alta umidade também contribui para o aumento da sensação térmica. Por isso, é importante usar roupas leves, se manter hidratado, abusar do filtro solar e levar um bom repelente de mosquitos.

Tabela com médias do clima de Presidente Figueiredo
Tabela com médias do clima de Presidente Figueiredo

Para passeios em espaços abertos, eu gosto de evitar os meses mais chuvosos, ainda mais no caso de trilhas, que ficam escorregadias, e cachoeiras, que podem ser perigosas. Nessa região, as precipitações diminuem consideravelmente a partir de junho, mas a vazão dos rios vai baixando aos poucos. Como eu fui em agosto, já era possível aproveitar os atrativos que dependiam de um fluxo menor de água, mas ainda pegar as quedas d’água com um bom volume. A partir de dezembro, a região volta a receber muita chuva e os rios vão ganhando mais corpo nos meses seguintes.

Deixe uma resposta