Manaus está localizada dentro da maior floresta tropical do mundo, na confluência dos Rios Negro e Rio Solimões, que criam um dos seus cartões postais mais famosos: o encontro das águas que possuem cores diferentes e não se misturam de imediato. Como capital do Amazonas, é o principal centro financeiro, corporativo e mercantil do norte brasileiro, exercendo impacto no comércio, educação, finanças, indústria, mídia, pesquisas, poder militar, tecnologia e entretenimento de toda a região.
Para o turismo, serve como porta de entrada para os passeios pela Floresta Amazônica. Não à toa, ali fica a sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, o mais importante centro de estudos desse bioma e de assuntos internacionais de sustentabilidade no Brasil. Partem da cidade diversos passeios pela natureza: dentro da área urbana, com parques e reservas; nas proximidades, com passeios pelos rios e trilhas pela mata; ou mais para dentro da selva, com mais dias para conhecer os atrativos e fazer uma imersão completa.

Foi justamente a natureza que trouxe desenvolvimento para a cidade. Manaus teve um crescimento acelerado durante o ciclo da borracha, com ápice entre as décadas de 1880 a 1910. A extração do látex da seringueira foi impulsionada pela revolução industrial, que aumentou significativamente a demanda pela matéria-prima e atraiu investimentos de todas as partes do mundo. Muitos dos seus monumentos arquitetônicos datam dessa época, como o famoso Teatro Amazonas.

Décadas depois, destacaram-se as políticas públicas para transformar a região em um centro industrial, comercial e agropecuário com a criação da zona franca. Atualmente, estão ali cerca de 600 indústrias de alta tecnologia para a produção de aparelhos celulares, televisores, motocicletas, alimentos, eletrodomésticos e outros. Grande parte das mercadorias são processadas nos terminais de carga do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, por onde também passam milhões de turistas todos os anos.

Outra parte do transporte é feita nos diversos portos que ficam ao longo das margens dos rios. Dali saem embarcações de diferentes tamanhos e destinos, ligando a capital a outras cidades do Amazonas e também estados próximos, além de receber cruzeiros internacionais. Nas redondezas, há diversas ilhas, arquipélagos, praias de água doce e áreas ecológicas. A expressiva presença de rios e seus afluentes também cria muitas cachoeiras e cavernas, como pode ser visto em Presidente Figueiredo, município a cerca de 120 km da cidade.

Manaus possui uma densa e diversificada área verde, incluindo espécies com folhas permanentes que deixam a floresta com um verde intenso durante todo o ano. Também há grande variedade de vida animal. Na área urbana, destacam-se o Bosque da Ciência, o Parque Municipal do Mindu, o Parque dos Bilhares, o Parque Estadual Samaúma, e a Reserva Florestal Adolpho Ducke. Nesse último fica um dos passeios imperdíveis da cidade, o Musa – Museu da Amazônia e sua torre de observação com 42 metros de altura.

Para uma região que deveria ser exemplo de sustentabilidade, a poluição atmosférica na cidade é muito elevada, principalmente devido à quantidade de carros circulando e à produção do polo industrial. Outro problema é a expansão irregular sobre as áreas verdes, ocorrida principalmente entre as décadas de 1970 e 1980, quando surgiu grande parte dos bairros periféricos da zona urbana. Como consequência, a irregularidade do sistema de esgoto e distribuição de água trazem malefícios à saúde e contamina os córregos, que podem chegar a desaparecer.

O clima é considerado tropical úmido de monção. É impossível escapar das altas temperaturas, que persistem durante todo o ano devido à proximidade com a linha do equador. Mesmo nos meses de “inverno”, não espere encontrar dias amenos. Raramente, alguma massa de ar polar mais intensa vinda do sul chega até a cidade e influencia o clima, podendo fazer os termômetros registrarem quedas. Mas, para se ter uma ideia, a menor temperatura em praticamente um século de estudos foi de 17,8 °C, em 1975.

Seria ainda mais dramático se a cidade não estivesse inserida no meio de uma floresta, que evita extremos de calor e torna a cidade úmida. Falando nisso, as estações podem ser divididas em verão chuvoso e inverno seco. É importante estar atento a isso porque o regime de chuvas tem influência direta nos passeios, já que o nível dos rios da região sofre uma grande mudança ao longo do ano.

Dá para visitar Manaus durante todo o ano, mas é comum sugerir que julho, agosto e setembro sejam os melhores meses. Essa é a época do verão amazonense. Com menos precipitações, a baixa dos rios vai revelando bancos de areia que se tornam praias de água doce. Eu fui no mês de agosto e realmente não peguei chuvas, que poderiam atrapalhar os passeios. Em compensação, as temperaturas ficam um pouco mais elevadas.
