Positano é uma pequena comunidade italiana que prosperou como um porto, mas entrou em decadência e perdeu grande parte de sua população, tornando-se uma pequena vila de pescadores no século XIX. A partir de 1950, entretanto, começou a atrair um número cada vez maior de turistas e se tornou um dos principais destinos de verão da Itália.

Muitas das pessoas que visitam a Costa Amalfitana usam como ponto de partida a cidade de Nápoles. Saindo com malas do aeroporto, do porto ou de sua hospedagem, a opção mais confortável para percorrer o trajeto até lá é com um transfer privado. Não é exatamente barato, principalmente se você estiver indo com poucas pessoas. Quem quer economizar pode se planejar para viajar por transporte público. A viagem de ônibus dura cerca de duas horas saindo da estação Napoli Centrale.

Outra opção, muito buscada por quem tem pouco tempo ou quer evitar os preços altos da hospedagem na região, é fazer um passeio bate e volta pelos principais pontos turísticos. Dá para ir de barco, mas tem também há a Excursão a Sorrento e à Costa Amalfitana feita em uma van pela estrada à beira do mar com paisagens deslumbrantes. Por fim, há quem prefira alugar um carro para ter mais liberdade.

Mais uma vez, é possível fazer tudo por conta própria. O problema é que isso dá mais trabalho e acaba-se perdendo muito tempo com a espera pelo transporte público a cada ponto de parada. Eu optei pela excursão e achei que valeu a pena para ter um panorama geral da costa, podendo voltar em uma outra oportunidade para explorar a região com mais calma.

Aqui vou descrever as poucas horas que passei em Positano. Ao chegar, paramos perto do estacionamento chamado Parcheggio Mandara e descemos caminhando pela Via dei Mulini, uma ladeira que liga a parte alta e a praia. São cerca de 500 metros e não tem muito mistério, já que basta seguir o fluxo de pessoas. No trajeto já é possível perceber a importância do turismo para o local.

Eu não costumo fazer compras durante as minhas viagens, mesmo porque sempre levo em conta a limitação de espaço nas malas, não somente por conta das companhias aéreas, mas pelo trabalho de ficar carregando peso. Ainda assim, gosto de dar uma passeada pelas lojas, aproveitando para conhecer os produtos são típicos da região. Em Positano, o destaque fica para o limão siciliano e seus derivados. Além disso, a fruta é usada como elemento decorativo em diversas peças.

Como estávamos livres para explorar a vila e fazer as atividades que queríamos, a minha prioridade foi conhecer a praia, que não estava tão cheia quanto eu imaginaria para um dia de verão. Também achei tudo bem organizado, com definições claras do espaço para tomar banho de mar. Isso é necessário para evitar acidentes, já que os barcos chegam bem próximos da costa.

O Porto de Positano fica em uma das pontas da praia, com chegadas e partidas de embarcações de passeio e transporte que ligam Positano a outros destinos próximos como Nápoles, Amalfi, Sorrento e Ilha de Capri. É possível comprar bilhetes na hora, mas acho mais recomendável se planejar com antecedência para não perder tempo de passeio. Obviamente que isso é para quem vai passar mais tempo na região, o que não era o meu caso. Preferi ficar ali mesmo pela praia principal.

São apenas uns 300 metros de faixa de areia de uma ponta a outra. E eu digo areia por boa vontade, já que ela parece mais um acúmulo de pequenas pedras. Se considerarmos a parte da praia pública, que pode ser usada livremente por banhistas que levam seus próprios guarda-sóis e toalhas, a área é bastante limitada. Ali fica concentrada a maior parte das pessoas, mas não chegava a ser desagradável.

Para quem quer curtir com mais conforto, a alternativa é pagar caro para usar a estrutura da praia privativa, cujo acesso é cobrado por pessoa e varia de acordo com a proximidade com a água. Como eu iria passar pouco tempo por lá, não valeria a pena o investimento. Estão inclusos guarda-sol, cadeira de praia, banheiro com chuveiro quente, internet wifi, bebidas e refeições de acordo com o serviço escolhido.

Quem está hospedado nos hotéis de frente para o mar, como o Sea Suite ou o La Caravella, tem acesso a áreas exclusivas. Além disso, como estão muito próximos, há sempre a possibilidade de voltar para o quarto ou usar a estrutura da hospedagem para comer e ir ao banheiro.

Falando em alimentação, há várias opções de restaurantes nas proximidades, mas eu não quis parar e fazer um almoço completo porque isso acabaria tomando muito tempo. Minha ideia era mesmo explorar mais a cidade. Achei uma loja chamada Vini & Panini que vendia sanduíches bem gostosos a um preço razoável e foi isso mesmo.

Ali pertinho fica a Chiesa di Santa Maria Assunta. Diz a lenda que a imagem da santa foi trazida ao local pelos beneditinos, que seguiam as rotas de comércio e pesca. O barco ficou detido no local pela falta de ventos e, ao escutar uma voz que dizia “posa posa” (põe-me no chão, põe-me no chão), o capitão entendeu que deveria parar ali. Essa teria sido a origem do nome Positano.

A abadia viveu anos de prestígio até meados do século XV, quando foi abandonada pelos monges, talvez por temor das atividades dos piratas na região. Durante o tempo de decadência, muitos dos seus traços arquitetônicos originais foram perdidos e só seriam recuperados pelo trabalho de restauração que ocorreu entre 1777 e 1782. A entrada é gratuita e os horários de funcionamento podem ser conferidos na página oficial, sendo possível também acompanhar as missas.

Embora seja pequena, Positano tem diversas opções para quem quer ficar mais tempo. São dezenas de hotéis, casas e apartamentos de temporada, albergues e até mesmo um barco. O Sailboat Hanse 455 fica ali no porto e oferece internet sem fio, ar-condicionado e cozinha totalmente equipada. Achei bem inusitado porque eu nunca dormi em uma embarcação.

Quem quer algo mais tradicional pode buscar uma hospedagem na cidade. Em todos os casos, dormir por lá possibilita explorar com mais calma os cantinhos charmosos, visitar outras praias, comer em diferentes restaurantes, fazer passeios, aproveitar os agitos noturnos e até mesmo encontrar lugares com menos turistas.
Como há diversas excursões saindo da cidade e seus arredores, vale a pena dedicar mais tempo no local para conhecer a Costa Amalfitana. Também é possível alternar a visita às praias com passeios históricos nas ruínas de Pompeia e Ercolano, comunidades romanas destruídas pela erupção do Monte Vesúvio que ficam a pouco mais de uma hora de viagem. O mapa interativo acima dá uma ideia do que pode ser incluído nos dias passados por lá.

Por fim, também vale a pena investir em um ritmo mais tranquilo para curtir as belíssimas paisagens da região. Eu ainda pretendo programar umas férias para ficar mais tempo por lá, mesmo porque não cheguei a conhecer atrativos importantes como as ilhas, passar um dia inteiro em um beach club, fazer trilhas e visitar mais construções históricas e museus. De qualquer maneira, recomendo a Excursão a Sorrento e à Costa Amalfitana como forma de conhecer rapidamente Sorrento, Positano, Amalfi e Ravello.