Como chegar ao topo do Monte Titlis saindo de Lucerna

Monte Titlis – Como chegar saindo de Lucerna

Durante a minha viagem pela Suíça, não podiam faltar passeios pelos alpes. Embora esses sejam os atrativos mais caros do país, que já não é nem um pouco barato, eu me organizei para economizar dinheiro e não deixar de fazer nada que eu realmente quisesse. Sendo assim, fiquei esperando a melhor ocasião para subir no Monte Titlis, o que só aconteceu no meu último dia de estadia em Lucerna. Ressalto a importância de acompanhar a previsão do tempo pela página oficial, já que a temperatura e as condições climáticas lá em cima são muito diferentes da cidade. No fim das contas, consegui pegar um belo dia de sol.

Reserva de passeio ou atração

O percurso pode ser um pouco complicado, mas a essa altura da viagem eu já estava bem acostumado a ir de um lugar para outro de trem. Caso você prefira fazer um passeio mais confortável, sem ter que se preocupar tanto com o planejamento prévio e deslocamentos, uma boa opção é fazer a reserva online do passeio saindo de Lucerna ou até mesmo de Zurique.

Para ficar mais fácil de entender o trajeto completo percorrido entre a cidade e o topo do Titlis, disponibilizo o mapa interativo acima. É possível aproximar para ver mais detalhes ou afastar para ter uma visão geral. Como eu sou um anjo de luz que gosta de tudo muito bem mastigado, separei tudo com cores e ícones. Desenhado para não ter erro, embora esse seja bem mais fácil de entender do que o de Jungfrau – Topo da Europa.

Trem de Lucerna para Engelberg
Trem de Lucerna para Engelberg

Dá para fazer esse passeio pelos Alpes Suíços saindo de Berna ou Zurique, mas a viagem de trem demora quase duas horas de ida e o mesmo tempo de volta. A cidade mais próxima é mesmo Lucerna. Lá eu saí do apartamento onde estava hospedado, o Hitrental Allmend Comfort Apartments  (recomendo), e fui para a estação central, de onde peguei o trem em direção a Engelberg. É importante se programar para chegar bem cedo, preferencialmente antes da abertura do teleférico que faz a subida da montanha. A viagem Lucerna → Engelberg dura pouco mais de quarenta minutos, então eu peguei o trem das 7h10. O trajeto está marcado no mapa com bonina. Esse nome de cor ainda existe? Na minha cabeça é algo entre vermelho e roxo.

Estação de trem de Engelberg
Estação de trem de Engelberg

Engelberg é uma vila com cerca de 4 mil habitantes que fica aos pés da montanha, sendo o ponto de partida para quem quer fazer o passeio do Titlis. Durante a Idade Média, o local era conhecido pela educação de qualidade oferecida no monastério Beneditino. Hoje em dia, é mais procurada como destino turístico mesmo, já que a região possui uma grande oferta de atrativos tanto para o verão quanto para o inverno. Aliás, uma outra opção é ficar hospedado na vila. Se você for fazer como eu e ir de Lucerna, saiba que a estação de trens é pequena e você pode seguir o fluxo de pessoas que certamente estarão indo para o teleférico.

Placa da caminhada
Placa da caminhada

Caso não tenha ninguém indo para lá, o que eu acho pouco provável, é fácil ir seguindo as placas nas ruas. Além disso, eu estava com internet no celular o tempo todo. Tenho achado isso imprescindível nas minhas viagens atualmente porque, embora seja possível baixar mapas para uso offline, é sempre bom poder conferir os horários dos transportes, informações sobre as atrações, compra de bilhetes, pesquisar onde comer e outras coisas que dependem da rede. Daí enquanto fazia a caminhada de cerca de 850 metros até a bilheteria, eu ia conferindo no celular para ter certeza que estava tudo certo. No mapa acima, aparece em vermelho.

Bilheteria do teleférico
Bilheteria do teleférico

Cheguei na hora da abertura da bilheteria, mas antes da subida do primeiro teleférico. Daí aproveitei para tirar algumas fotos da movimentação. Nesse momento, o estacionamento que fica próximo ainda estava bem vazio, mas logo foram chegando várias pessoas e formando uma fila. Era uma das últimas semanas em que funcionaria a estação de ski, então tinha bastante gente carregando equipamentos de esporte. Eu já esquiei uma vez no Canadá e dessa vez não quis me aventurar. Primeiro porque é caro, já que tem que alugar equipamento e roupa, além de pagar o teleférico específico para subir a montanha de novo depois de descer esquiando. Segundo porque eu estava com companheiros de viagem que não iam querer acompanhar. E terceiro que eu preciso de umas aulas para ter coragem de deixar as pistas de treinamento, porque quando começa a pegar velocidade dá muito medo de não conseguir parar nunca mais.

Ingresso de ida e volta do teleférico
Ingresso de ida e volta do teleférico

Os preços dessa e outras atividades, bem como dos teleféricos, podem ser conferidos na página oficial. No meu caso, comprei apenas o bilhete de ida e volta. Tive um desconto de 50%, pois estava usando o Swiss Travel Pass. Esse foi um dos dias que o passe me proporcionou mais economia, pois sai de graça o transporte urbano dentro de Lucerna e as passagens de trem de ida e volta.

Os ingressos podem ser comprados na estação, tanto nos caixas quanto no autoatendimento. A abertura da bilheteria acontece meia hora antes da partida do primeiro teleférico. Também é possível fazer a compra através da loja online.

Partindo da vila de Engelberg
Partindo da vila de Engelberg

Eu deixei para resolver isso no local mesmo, já que eu não tinha certeza se teria um dia de céu aberto para fazer o passeio. Com o ingresso em mãos, você já pode se encaminhar para o local de embarque. É importante guardar o bilhete em um local seguro porque é necessário usá-lo em diferentes etapas, inclusive na hora de voltar.

Os dois primeiros teleféricos são desses com várias cabines que ficam girando e desaceleram na plataforma de embarque, mas não param totalmente. Perceba que na foto acima o estacionamento está praticamente vazio, com apenas três ônibus estacionados.

O começo do primeiro trecho estava todo gramado
O começo do primeiro trecho estava todo gramado

O primeiro trecho é de Engelberg → Gerschnialp Trübsee. Eu fiz esse passeio mais para o final de maio, na primavera, então os campos na parte mais baixa estavam bem verdinhos e era possível ver os animais pastando nas fazendas. A gente pega a linha Xpress, que não faz parada em Gerschnialp. Os vagões são pequenos, com capacidade para seis pessoas. Apesar de estarmos em quatro, pegamos um só pra gente. Isso foi ótimo porque não foi ninguém estranho junto e ainda tinha espaço de sobra, ficando ótimo para tirar fotos da paisagem e de nós mesmos.

Chegando em Trübsee
Chegando em Trübsee

Seguimos direto de Engelberg → Gerschnialp Trübsee, de laranja no mapa. Ali é preciso descer e você pode explorar um pouco a área. Essa parte já tinha alguma neve, mas nada comparado ao que encontraria depois. Como o meu objetivo era chegar o mais rápido possível lá em cima para fazer os passeios antes que ficasse insuportavelmente lotado de turistas, eu preferi seguir viagem.

Em Trübsee já tinha muita neve
Em Trübsee já tinha muita neve

O segundo trecho foi de Trübsee → Stand, também pela linha Xpress e no mesmo tipo de veículo. Basicamente, você precisa descer na estação Trübsee, seguir as placas ou o fluxo e pegar o próximo teleférico. A partir desse ponto já tinha bastante neve e estava fazendo mais frio. Esse é outro motivo pelo qual é importante pesquisar as condições climáticas pela página oficial. Caso contrário, você pode viajar achando que está fazendo uma temperatura super agradável, chegar lá em cima e se arrepender amargamente de não ter levado roupas de frio. Esse é o trecho em amarelo.

Rotair saindo de Stand
Rotair saindo de Stand

Novamente é preciso desembarcar do teleférico, dessa vez na estação Stand. Mais uma vez, não perdi tempo e fui direto para a fila de embarque do último trecho da subida. Aqui fica mais gente acumulada porque não funciona da mesma forma que o expresso, com carrinhos passando o tempo todo. São dois vagões maiores que ficam alternando subida e descida.

Interior da cabine do Rotair
Interior da cabine do Rotair

Isso é compensado por ser um trecho pequeno e mais rápido, de Stand → Titlis, em verde. Além disso, cabe muito mais gente na cabine. O Rotair, como é chamado, é uma estrutura redonda e panorâmica, com vidros de todos os lados. O ideal é ser um dos primeiros a entrar para não ficar no meio. Fora isso, qualquer lugar junto às bordas é bom porque ele vai girar durante a subida. Outra diferença do teleférico anterior é que agora ninguém vai sentado. Eles não vão socar tanta gente lá dentro por questões de segurança, mas fica bem cheio sim.

Estação de Stand lotada
Estação de Stand lotada

Daí é só chegar no topo e curtir a paisagem e as atividades que tem lá em cima. Como eu não fui para esquiar ou fazer qualquer outro tipo de esporte, fiquei basicamente passeando e brincando na neve. Fiz uma outra postagem sobre os atrativos para não ficar um texto muito grande.

Depois, basta fazer o caminho de volta, seguindo o trajeto da vinda em modo inverso: Titlis → Stand → Trübsee → Gerschnialp → Engelberg → Lucerna → Hospedagem. Já no primeiro trecho, chegando na estação de Stand, foi possível perceber como ir cedo é a decisão mais correta. Olha o tanto de gente esperando para pegar o Rotair.

Turistas esperam para subir
Turistas esperam para subir

Nas estações mais para baixo, de Trübsee e de Engelberg, as filas estavam bem cheias. Não tenho noção do tempo de espera, mas com certeza era bem maior do que indo de manhã cedinho. Mas é assim que funciona na maioria dos pontos turísticos mesmo. Ao longo do dia sempre vai acumulando mais pessoas. Não sei se sou só eu, mas eu já fico ansioso quando vejo isso. Gosto de fazer o passeio da forma mais tranquila possível, com lugares preferencialmente vazios. Para quem gosta de tirar foto então… nada pior do que gente entrando na frente o tempo todo. Não é à toa que dou preferência a viagens fora das altas temporadas.

Estacionamento no meio da tarde
Estacionamento no meio da tarde

Lembram que eu falei do estacionamento mais no começo da postagem? Pois bem. Quando eu fui embora, o pátio estava todo tomado de ônibus de turismo e carros particulares. Nessa foto aparece só um pedaço, mas dá para ter uma noção da lotação do local nesse horário. Para quem vai de carro, deve ser uma preocupação também procurar um lugar para parar. Como eu fui de trem, foi só caminhar de volta até a estação e seguir viagem para Lucerna.

O vídeo acima mostra o trajeto de ida, algumas imagens no topo do Monte Titlis e também a volta. Espero que as explicações ajudem a planejar o passeio da melhor forma possível.

16 comentários

  1. Segui as suas dicas, e fui ao Titlis. Fui de Zurique a Luzern e a Engelberg, onde dormi uma noite no H Hotel & Spa, com a minha esposa.
    Foi muito útil a dica de observar o tempo e da temperatura, peguei um lindo dia de sol, mas só de manhã, porque pelo meio dia o tempo começou a fechar.
    Parabéns e obrigado pela didática publicação.

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  2. Adorei sua explicação, você é prático, direto, tem muita habilidade e conta o passeio com uma didática espetacular! Informações super boas pra quem está indo viajar semana que vem prá la, como eu!! Só tenho a agradeceer

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  3. Gostaria de saber se o passe que você utilizou para ter o desconto no ingresso vale a pena, achei super caro esse passe mesmo tendo varios tipos e pesquisando as passagens de trem não estavam tao caras qual a sua opnião?

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    1. Depende do uso que cada pessoa vai fazer, quantos dias vai ficar, as viagens de trens e museus. Para mim foi uma boa economia, mas pra você pode não ser… uma dica: atenção no preço das passagens de trem, quando faz a pesquisa aparece primeiro o valor mais baixo, que é com 50% de desconto para quem tem esse passe ou algum benefício.

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  4. Maravilhoso os seus posts!!! Você lembra o horário de retorno? Estava querendo fazer este trecho no meu último dia em Lucerna, quando teríamos que fazer o check out no hotel. Queria saber o horário de retorno pra ver a logistica com as malas depois no hotel

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