Arte e artesanato

Bichinho – Artesanato e arte

Eu estava em Tiradentes para acompanhar a Mostra de Cinema realizada anualmente na cidade e resolvi, depois de tantas visitas à região, pegar o carro e fazer a “viagem” de cerca de 15 minutos por estrada de paralelepípedo e terra até o povoado de Vitoriano Veloso, popularmente conhecido por Bichinho. A intenção era visitar a famosa Casa Torta, além de passar pelas ruas para ver os artesanatos e almoçar no restaurante Tempero da Angela.

Rua Moisés Pinto de Souza
Rua Moisés Pinto de Souza

Logo no começo do povoado, é possível ver que grande parte dos locais encontra sua forma de subsistência na produção e venda de produtos artesanais. São numerosas lojas, pequenas e grandes, vendendo móveis de madeira, utensílios domésticos, objetos de decoração, peças feitas com ferro, azulejos hidráulicos e tudo o mais que se pode imaginar, geralmente com uma estética mais rústica e simples, bastante presente na região.

Loja com objetos antigos e artesanato
Loja com objetos antigos e artesanato

O que eu pude observar durante a minha visita é que é impossível entrar em todas as lojas e, de qualquer maneira, isso não seria muito produtivo, já que a maioria vende os mesmos tipos de produtos e com preços bastante parecidos. Outra coisa é que não vale a pena fazer o trajeto de carro, já que há uma lojinha atrás da outra e você teria que parar a todo momento – a não ser que você tenha em mente algum lugar específico e vá somente nele, aí tudo bem. Da Casa Torta até o centro de Bichinho são apenas 2 km, então é possível ir caminhando (mas lembrando que depois tem que voltar tudo).

Atelier do Alex Terra
Atelier do Alex Terra

O que achei mais interessante, foi visitar os ateliers de artistas que desenvolvem um trabalho mais autoral e, consequentemente, diferenciado da maioria. Um dos exemplos é o Alex Terra, com quem tivemos oportunidade de conversar um pouco, enquanto ele apresentava as suas obras e explicava as técnicas utilizadas. O artista plástico usa a terra do entorno para criar as suas próprias tintas, que aplica em discos de vinil, CDs, garrafas de vidro, tecidos e telas nas suas criações. Você pode entrar no perfil dele no Instagram para conferir algumas das obras. O próprio Alex Terra deu a dica de outros artistas que ele achava que valia a pena serem visitados.

Esculturas em papel marchê
Esculturas em papel marchê

Nascido em Divinópolis, Fábio Francino manifestou seu interesse pelo desenho e modelagem desde criança. Em 2001, aos 15 anos de idade, mudou, junto com a sua família, para Bichinho. Depois de um período em que esculpia em Pedra Sabão, trabalho que era vendido para comerciantes locais, e de trabalhar na restauração da igreja da comunidade, passou a focar em esculturas feitas em papel marchê. O trabalho encanta pela delicadeza e atenção aos detalhes e cores, também podendo ser conferido no seu perfil no Instagram.

Atelier do Silas Vilela e do Fábio Francino
Atelier do Silas Vilela e do Fábio Francino

Na mesma casa funciona o atelier do seu irmão, Silas Vilela. O trabalho desenvolvido por ele também resulta em lindas esculturas, mas a matéria-prima é a madeira. Quando fizemos a visita ele estava lá e pudemos ver um pouco do seu ofício ao vivo. Ele também deu algumas explicações sobre as suas inspirações e nos deixou à vontade para tirar nossas dúvidas. Muito simpático e simples, como todo bom mineiro. Assim como os demais, é possível ver as fotos das postadas no perfil no Instagram.

Bolsas da loja Fredolina
Bolsas da loja Fredolina

A última dessas visitas foi na Fredolina. A loja é facilmente identificável por possuir guarda-chuvas no jardim, usados de uma forma criativa. Enquanto os anteriores podem ser considerados como obras de arte, servindo como objetos de decoração para a casa, os produtos vendidos aqui têm uma função mais utilitária: são bolsas, colares e outras peças únicas, feitas com o material disponível e a inspiração do dia. Mais uma vez, você pode conferir o trabalho no perfil no Instagram. Eu fiquei realmente encantado com as bolsas eles fabricam. Além de lindas, são muito bem feitas – você pega e vê claramente que são produtos de alta qualidade.

Todas essas lojas e ateliers ficam na mesma rua, que é a principal da cidade. Eu saí da Casa Torta e fui seguindo a pé mesmo, andando com calma, parando em todos os lugares que despertavam qualquer tipo de interesse, embora eu não tivesse objetivo de comprar nada naquela ocasião. Valeu a pena para conhecer bem a cidade, mas também para ter contato com as pessoas, principalmente essas que desenvolvem um trabalho mais autoral. No mapa interativo acima, é possível ver os principais pontos que visitei da cidade.

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