Paris, Je T'Aime

Paris, te amo ★★★☆☆

Título Original: Paris, Je T’Aime
Ano: 2007
Direção: Vários
Elenco: Mais que vários.

Esse é um daqueles filmes que as pessoas amam ou odeiam (trocadilho detectado). Mas é verdade. Eu já tinha lido várias opiniões díspares sobre essa obra coletiva que traz curtas metragens de vinte e dois diretores (alguns dos curtas são dirigidos por mais de um). Algumas pessoas diziam amar, outras diziam dormir. Mas a verdade é que, com dezoito curtas independentes e tantos diretores, é normal que cada espectador tenha aqueles que considere bons e outros ruins, de acordo com o seu gosto pessoal.

A cidade de Paris é dividida em vinte arrondissements e, incialmente, seriam feitos vinte curtas, cada um representando uma das áreas. Entretanto, dois deles ficaram de fora do produto final. São eles: o 11e arrondissement, dirigido por Raphaël Nadjari; e o 15e arrondissement, dirigido por Christoffer Boe. Aparentemente, não foi possível integrá-los propriamente com o restante da obra (aposto que eram ruins). As 18 mini-histórias que ficaram no filme são integradas por cenas de transição, dirigidas por Emmanuel Benbihy e Frédéric Auburtin, que mostram a cidade.

Assim como uma parte considerável do público, eu achei o filme irregular: alguns curtas me agradaram bastante, enquanto outros não geraram muito interesse – seja por terem uma premissa ruim, seja por não terem tempo o suficiente para desenvolver uma narrativa completa. Abaixo estão os que eu achei mais legais. Mas, como gosto é igual koo e cada um tem o seu, recomendo que você veja a obra completa e escolha os seus favoritos. Para ver com legenda em português, ative a opção close caption. 😉

Montmartre, dirigido por Bruno Podalydès, se passa 18e arrondissement de Paris e mostra um homem (interpretado pelo próprio diretor) que tenta encontrar uma vaga para estacionar, o que imagino que seja um problema constante na vida dos parisienses. Uma mulher (Florence Muller) desmaia perto do seu carro e ele vai ajudá-la.

Quais de Seine tem dois diretores, Paul Mayeda Berges e Gurinder Chadha, e se passa no 5e arrondissement. Esse curta é focado mais em personagens jovens e eu achei interessante como, em pouquíssimo tempo, eles mostram que Paris é habitada por pessoas das mais diferentes culturas. Os três amigos, sentados à margem do rio Sena, observam e provocam as mulheres que passam, até que um deles (Cyril Descours) se interessa verdadeiramente por uma jovem mulçumana (Leïla Bekhti).

Quartier de la Madeleine é o mais diferente dos curtas da obra, o que pode causar estranheza em alguns espectadores. O segmento, dirigido por Vicenzo Natali e passado no 8e arrondissement, não possui diálogos e tem uma paleta em preto e branco que homenageia os filmes noir. Um jovem mochileiro (Elijah Wood) anda pelas ruas tarde da noite quando encontra uma vampira (Olga Kurylenko) se alimentando do sangue de um corpo ao chão.

Fabourg Saint-Denis, no 10e arrondissement, foi dirigido por Tom Tykwer e mostra o relacionamento entre um rapaz cego (Melchior Beslon) e uma atriz norte-americana (Natalie Portman) que se muda para Paris. Posteriormente, Natalie Portman se envolveu com a produção de New York, I Love You, tendo atuado em um dos curtas e escrito/dirigido outro (um dos mais bonitos dessa obra, por sinal).

Por último, destaco o 14e Arrondissement, dirigido por Alexander Payne. Carol (Margo Martindale), uma carteira de Denver, Colorado, descreve a sua primeira visita a Paris em um francês cheio de sotaque de maneira sincera e sutil. Sua fala sobre suas impressões da cidade e porque passou a amar Paris podem ser compartilhadas por muitos viajantes solitários que decidem passear pela cidade.

Os outros curtas se passam tanto em lugares famosos, como a Torre Eiffel e o Cimetière du Pére-Lachaise, quanto em bairros mais desconhecidos ou interiores de restaurante, cafés, fábrica, apartamento, cabaret, enfim. A obra, como um todo, é interessante para ter uma visão geral da cidade – turística ou não – e seus habitantes.

Todos os curtas que compõem o filme falam de relacionamentos e amor e, como todos sabemos, Paris é uma cidade que inspira ou esse sentimento das pessoas. Não é à toa que é procurada por muitos casais em lua de mel, namorados apaixonados, photoshoots para casamentos ou qualquer um que tenha coração.

Seguindo o sucesso de Paris, Je T’Aime, foram programados outros filmes no mesmo estilo. New York, I Love You foi lançado em 2008 e eu já postei sobre ele aqui no Viajento. Também já fizeram o Rio, Eu Te Amo, de 2014, que ainda não assisti e Tbilisi, capital da Georgia, de 2015. Também lembro de já ter lido notícias de outros filmes da série “The Cities of Love”, como Shanghai e Jerusalém.

12 comentários

  1. Eu vi este filme no cinema (sim, eu já ia no cinema em 2007). Foi muiiiiito triste. Não me recordo muito bem, mas tem uma história de um violeiro negro que é de enfiar a faca no coração.

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  2. Oi!

    Eu adorei o seu post. Não conhecia o filme, mas me pareceu bem interessante – ainda mais por mostrar essa cidade apaixonante de diversas maneiras e olhares. Vou ver de em algum momento tentar assistir.
    Os outros filmes desse estilo parecem ser interessantes também!
    Bjss

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  3. Bom, Paris deve ser o sonho de artistas de vários espectros. Intensos ou mais conservadores. Todos sonham em pelo menos fazer algum trabalho tendo a cidade como pano de fundo. Quando eu for para lá, envio a melhor fotografia que fizer para a Viajento. 🙂

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  4. Olá
    Gostei bastante do projeto de curtas, mas realmente deve ter esses problema da inconstância, já assisti filmes onde era contadas várias pequenas histórias é sempre causa uma certa estranheza até a gente comprar a ideia.
    Amei o imã ❤

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